10 de outubro, Dia Mundial da Dislexia

 

 


 

É indiscutível a importância de aprender a ler para saber ler para aprender. (…) “Importa ler com o aluno…. Evitar ler pelo aluno!”


Rosário Ferreira, membro da Direção da Dislex – Associação Portuguesa de Dislexia, em artigo de opinião, destaca que esta perturbação da aprendizagem afeta 10% da população e se apresenta como uma dificuldade de leitura e compreensão do  respetivo conteúdo.


 

 

A régua na gaveta da secretária, uma “escola primária” com o lado dos rapazes e o lado das raparigas definido e a Joana que escrevia em espelho, são algumas das memórias que tenho da minha “Escola Primária”.

Hoje, nas gavetas das secretárias há material didático, pedagógico e a caneta laser. As escolas do primeiro ciclo do ensino básico são mistas e… há muitas Joanas que têm a sorte de serem alunas no século XXI e de existir o conceito de Dislexia.

Analiso o tema Dislexia porque hoje é o Dia Mundial da Dislexia. Neste dia cumpre-me elogiar os educadores de infância, os professores, sobretudo os do primeiro ciclo do ensino básico, os investigadores e associações na área, pais e disléxicos, respetivamente, pelo conhecimento, pelas preocupações e pelo empowerment com que diagnosticam, avaliam, intervêm e “ultrapassam” um quadro de dislexia.

Dirigindo-me, primeiramente, aos meus colegas professores, reconheço-lhes a atitude vigilante e a intervenção preventiva, na sua ação pedagógica para com os alunos disléxicos.

Dirigindo-me diretamente aos pais, que me contactam, por vezes, com as lágrimas nos olhos e a angústia na voz porque “parece que o meu filho é disléxico…” preciso-lhes que, embora possa existir em diferentes graus, a dislexia não tem cura, mas o seu impacto pode ser atenuado e as dificuldades podem ser em grande medida contornadas.

Dirigindo-me aos alunos, informo-os que importa conhecer as próprias dificuldades para, com ou sem ajuda, criarem as suas estratégias para as contornar.

Afinal, estou a falar de 10% da população mundial, de pessoas com inteligência normal ou acima da média, com uma perturbação de aprendizagem específica que se manifesta em dificuldades de leitura e em compreender o que está a ler. Por vezes está associada a dificuldades na escrita (disortografia) e a dificuldades na matemática (discalculia).

Importa, portanto, estar atento às dificuldades em:

  • pronunciar corretamente as palavras
  • ler rapidamente
  • escrever palavras à mão
  • subvocalizar palavras
  • pronunciar corretamente palavras ao ler em voz alta
  • compreender aquilo que está a ler!

Na maior parte das situações, há dificuldades que se começam a notar na escola, no primeiro ciclo do ensino básico. Quando acontece, o diagnóstico tem de ser realizado com recurso a uma série de exames que avaliam a capacidade de memorização, dicção, visão, audição e leitura, realizado por técnicos especializados, ao nível da saúde, da avaliação psicológica e psicopedagógica. Em sequência, advém a intervenção que pode consistir em ajustar os métodos de ensino, através da pedagogia diferenciada, e ter em atenção e adequar o processo de avaliação, de forma a corresponder às necessidades do aluno. Quando necessário, o aluno deve ser acompanhado pelos serviços de Educação Especial, direta ou indiretamente, e tem direito a usufruir das adequações no processo de avaliação aquando da realização de provas de avaliação externa.

Podemos, também, falar de Dislexia numa linha de ação preventiva. Aqui, o papel fundamental é das famílias e do educador de infância, com a realização de atividades de propedêutica: ao nível da estimulação e desenvolvimento da linguagem; no reconhecimento do corpo e da lateralidade; na identificação das cores e das formas; no desenvolvimento de noções de tempo e espaço; no desenvolvimento de destrezas e motricidade, fina e ampla.

Tudo mais que eu pudesse desenvolver seria, certamente, pouco para as muitas incertezas de quem está diretamente envolvido com a Dislexia. Contudo, permito-me deixar a minha mensagem: É indiscutível a importância de aprender a ler para saber ler para aprender. Pessoalmente, defendo uma intervenção em que “importa ler com o aluno…. Evitar ler pelo aluno!”

Com Equidade

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Para saber mais: Dislex – Associação Portuguesa de Dislexia .. Sobre a dislexia

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