VN Online | Famalicão em Transição: Quer se está contaminado com glifosato?

Saúde Pública | Famalicão em Transição: Quer saber se está contaminado pelo herbicida glifosato?

 

A associação ambientalista Famalicão em Transição acaba de lançar uma campanha de prevenção do cancro causado pelo glifosato. Esta associação, constituída por um grupo de cidadãos do concelho de Vila Nova de Famalicão e arredores empenhados em contribuir ativamente para que a comunidade seja mais sustentável e resiliente, isto é, resistente aos impactos externos, resolveu participar na divulgação desta campanha por considerar ser a mesma de  grande interesse  o conhecimento dos perigos que envolvem o uso desta substância para a saúde e o ambiente.

 

 

Conhece o Glifosato? Poucos o conhecem, mas este é o pesticida sintético mais utilizado no país e no mundo (em Portugal, é vendido sob várias designações comerciais: Roundup, Spasor, Tornado, Montana, Touchdown, entre outros). Durante décadas, pensava-se que o glifosato desaparecia rapidamente após a sua aplicação. Logo, não permaneceria nem na água, nem no solo, nem na comida. Acontece que, nos últimos anos, começaram a ser feitas análises a voluntários de diferentes países europeus e acabou por se constatar que muitos dentre eles se encontravam contaminados pela substância, mesmo quando sujeitos ao contacto com quantidades reduzidas. O problema é grave, uma vez que o glifosato causa cancro em animais de laboratório e, tudo o indica, possivelmente em humanos também. Em Portugal é mais grave ainda, uma vez que resultados de estudos efetuados indicam o nosso país como o mais poluído em toda a Europa por esta substância.

Vila Nova - Famalicão Online - Famalicão em TransiçãoDe acordo com a Famalicão em Transição, infelizmente, em Portugal, as únicas análises com resultados públicos disponíveis, realizadas em 2016, apontam para valores de concentração dezenas de vezes acima da média europeia. Ninguém sabe porque é que estamos tão contaminados e, pior do que isso, não parece haver pressa em sabê-lo: as câmaras municipais e juntas de freguesia continuam a pulverizar ruas e parques com glifosato, mesmo sabendo que estão a expor a população, as empresas de águas ignoram as recomendações e não testam a água, os hipermercados vendem glifosato livremente, os Ministérios da Agricultura e do Ambiente não preparam alternativas para os agricultores…

Quer saber se está contaminado? A Plataforma Transgénicos Fora está a organizar, até 21 de julho de 2018, a recolha e envio para um laboratório situado na Alemanha de amostras de urina dos portugueses interessados em saber o seu nível de contaminação. Cada análise tem o custo de 78,20 euros. Os resultados obtidos no conjunto de amostras a enviar permitirão saber ao certo qual o grau de contaminação existente de facto em Portugal. Caso o mesmo se encontre dentro dos níveis esperados, isto é, não substancialmente inferior aos resultados verificados em 2016, tal facto permitirá exigir junto de autarquias e Governo que o uso de glifosato seja drasticamente reduzido e progressivamente substituído por alternativas que não prejudiquem a saúde dos habitantes e o ambiente que é de todos nós.

Se optar por fazer a análise ao abrigo desta iniciativa, a Plataforma Transgénicos Fora enviar-lhe-á, junto com o resultado, uma explicação simples do seu significado, uma comparação – anónima – com os resultados dos demais participantes na investigação e algumas sugestões para acelerar a descontaminação do seu organismo e da sua família.

Espera-se que dentro de alguns anos o glifosato acabe por ser oficialmente proibido – são muitos os que acreditam que tal venha acontecer -, mas, até lá, é necessário serem os cidadãos a tomar a iniciativa. Cada análise realizada irá ajudar a Plataforma a defender um Portugal livre de glifosato e também será usada – mediante a devida autorização – para o primeiro estudo científico sobre este silencioso problema de saúde pública no nosso país.

Vai participar? Leia o folheto anexo e inscreva-se em Quer saber se está contaminado pelo herbicida glifosato? Em caso de dúvidas contacte a Plataforma Transgénicos Fora via email. Atenção aos prazos: a data-limite é mesmo 21 de julho.

Infelizmente a Plataforma Transgénicos Fora não tem fundos próprios que lhe permitam financiar as análises; em 2016, a Plataforma recolheu donativos para pagar as análises. Ao mesmo tempo, a Famalicão em Transição e a Plataforma, sabendo que 78,20 euros é muito dinheiro para o bolso da maioria das famílias, faz um apelo à auto-organização e conjugação de esforços em associações, bairros e comunidades locais, uma vez que, para se saber ao certo no país são necessárias muitas análises.

A Plataforma Transgénicos Fora está envolvida e empenhada numa campanha cujo objetivo é a proibição do glifosato.

Glifosato – folheto

 

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