O LÍNGUA – Festival Internacional de Teatro em Línguas Minoritárias, no Theatro Gil Vicente, na cidade de Barcelos, decorreu no passado fim-de-semana, sob organização da cada vez mais reconhecida, inclusive no plano internacional, companhia Teatro de Balugas.
A abertura do festival foi marcada pelo poético espetáculo em mirandês “Cuontas Mirandesas”, estreado por um grupo de alunos do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro. Ao palco, subiu também a comédia de costumes em língua sassarese “Fozzia Lésthra Zia Ciccita”, pela companhia Paco Mustèla, vinda da ilha da Sardenha, em Itália.
O festival continuou com a tragicomédia “Bruxas” em língua estremenha, da região espanhola da Estremadura, pela companhia De La Burla Teatro, um trabalho de intensa qualidade técnica e interpretação.
O evento teve, ainda, um simpósio sobre a importância do teatro como expressão para a salvaguarda e a difusão das línguas minoritárias, focando o trabalho das companhias presentes no seu território. Foi feita ainda a apresentação do contexto cultural de cada uma das línguas desta edição, com a presença de linguistas, académicos e agentes culturais de Portugal, Espanha, Itália e Reino Unido.
Integrado também no programa do festival, realizou-se no palco exterior do Theatro Gil Vicente o concerto de cante estremenho por Francisco Narciso “El Chorrero”, acompanhado pelo guitarrista Andrés Díaz “El Cascarilla”.
Houve também espaço para formação com a oficina sobre commedia dell’arte “Né noi, né gli altri: il corpo, la maschera, la scena”, dirigida por Francesco Facciolli e Scilla Sticchi, e a oficina de criação em teatro documental “Eu uso termotebe e o meu pai também”, dirigida por Ricardo Correia/Casa da Esquina.
Nas palavras da organização, “este Festival, único a nível nacional e internacional, conquistou, através do teatro, um palco para um património único de territórios e pessoas que falam línguas minoritárias”. Foi ainda salientado “o enorme sucesso [da presente edição] do festival e o interesse de companhias, agentes culturais e organizações de várias partes do mundo para a edição de 2024”.
O LÍNGUA – Festival Internacional de Teatro em Línguas Minoritárias foi organizado pela companhia Teatro de Balugas e pelo Clube UNESCO para a Salvaguarda do Teatro em Línguas Minoritárias, com o financiamento do Município de Barcelos, Direção Regional de Cultura do Norte, Fundação INATEL, tendo contado ainda com o apoio de várias entidades nacionais e internacionais.
A propósito deste festival único no género, refira-se que ‘quase metade das seis mil línguas faladas no mundo estão numa situação vulnerável ou em risco de desaparecer’, conforme destacou Ana Meireles em reportagem realizada para o Diário de Notícias. ‘Na União Europeia, entre 40 e 50 milhões de pessoas falam uma das suas 60 línguas regionais ou minoritárias, algumas das quais estão em sério risco, de acordo com um documento de Bruxelas. Em Portugal, existem algumas destas línguas sendo que apenas o mirandês (1999) e o barranquenho (2021) já foram reconhecidos pelo Parlamento‘.
Cristina Faria, membro do Teatro de Balugas, o organizador do evento, co-diretora do LÍNGUA com Cândido Sobreiro, diretor e encenador da companhia barcelense, lembrou, nessa altura, que “a ideia surgiu em 2020”. Nesse primeiro momento, “vimos que o teatro em línguas minoritárias estava a ser desvalorizado” . Atendendo à “sensibilidade pessoal à questão dos idiomas, decidimos fazer um festival para chamar a atenção para estas companhias que fazem teatro étnico e teatro em língua local”, e assinale-se que tantas dentre elas “estão a desaparecer. “Este festival pretende dar palco e visibilidade a essas companhias e também promover a a sua preservação e a sua revitalização social e cultural”.
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