A Ala da Frente foi até às gavetas do estúdio de Jorge Pinheiro para preparar a exposição de pintura e desenho que marca a reabertura de portas da galeria de arte contemporânea de Vila Nova de Famalicão. A mostra está patenete desde 10 de abril e permanecerá disponível até 1 de agosto.
Os visitantes da galeria municipal de arte contemporânea de Famalicão já podem conhecer o conjunto de obras de pintura e desenho que compõem a nova exposição de Jorge Pinheiro intitulada “Discurso Silencioso”.
“Jorge Pinheiro tem um reconhecido percurso feito por uma multiplicidade de formas de investigação e estudo das possibilidades do discurso plástico”, salienta António Gonçalves, o curador da Ala da Frente.
“Depois de uma fase extensa ligada ao abstrato, à geometria e à composição, Jorge Pinheiro enveredou depois dos anos 80 por outro discurso e outra de forma de avançar no trabalho ligada à figuração e esta exposição lida precisamente com essa sua vertente”, explica.
“Nos desenhos que vamos encontrar nesta exposição vamos percebendo como é que algumas personagens que habitam o universo de Jorge Pinheiro foram aparecendo e foram pensadas e trabalhadas para ocupar o espaço da pintura. Um discurso silencioso, feito de registos, de formas e de gestos que se vão organizando em resposta às necessidades de composição e elaboração da pintura”, acrescenta ainda António Gonçalves.
Perder o olhar em vários olhares
O curador da Ala da Frente deixa ainda um desafio aos visitantes da galeria municipal: “Que o nosso olhar se possa pender nos vários olhares que se exibem nestas obras e neles possamos encontrar uma maior lucidez na companhia deste silencioso discurso”.
Pintura figurativa e abstração concreta e conceptual coexistem na obra de Jorge Pinheiro
Jorge Pinheiro nasceu em Coimbra em 1931. O artista plástico é reconhecido como um dos nomes mais influentes do contexto artístico português da segunda metade do século XX, tendo fundado na década de 60 o grupo “Os Quatro Vintes” juntamente com Armando Alves, Ângelo de Sousa e José Rodrigues. Ao longo de uma carreira de mais de 50 anos, Pinheiro tem vindo a desenvolver uma obra de uma profunda coerência teórica e intelectual traduzida num corpo de trabalho visualmente diverso, no qual coexistem a pintura figurativa e a abstração concreta e conceptual.
A sua obra mais antiga baseia-se em princípios de matemática e semiótica, sendo particularmente inspirada na célebre sequência de Fibonacci, matemático italiano do século XII, segundo a qual cada número sucessivo resulta da soma dos dois números anteriores. À presença de modulações geométricas e padrões de alto contraste cromático junta-se uma muito aturada exploração das noções de ritmo e de serialidade, cuja formalização evidencia o interesse do artista pela área da música.
Tem o Curso Superior de Pintura da Escola Superior de Belas-Artes do Porto (1963). Fundou, com Ângelo de Sousa, José Rodrigues e Armando Alves, o grupo “Os Quatro Vintes”, numa alusão irónica aos «Três Vintes», uma das mais ppulares marcas de tabaco que em determinada época e que entretanto se esfumou no tempo, e às respetivas notas de final de Curso. Lecionou na ESBAP (1963-1976), na ESBAL (1976-1996) e na Universidade de Évora (1996-1998). Expõe regularmente desde 1954 e está representado em inúmeras coleções públicas e privadas. Foi distinguido com o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso 2017. Vive e trabalha em São Pedro do Estoril.
Assinale-se que o artista ainda recentemente teve expostas em Famalicão um conjunto de obras pertencentes à Coleção de Serralves, em mostra que aconteceu na Casa das Artes.
1ª Página: ler as gentes e as cidades.
Imagens: M VNF
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