O ‘Treetop Walk‘, instalado no Parque de Serralves e inaugurado a 14 de setembro de 2019, na celebração do 30º aniversário, foi considerado um dos projetos paisagísticos mais relevantes de 2020 pela Architectural Record, a mais antiga revista de arquitetura e design dos Estados Unidos. A estrutura arquitetónica foi concebida pelo arquiteto Carlos Castanheira, em colaboração com o arquiteto Álvaro Siza Vieira que, entre muitas outras obras, é o responsável pelo projeto da Casa do Cinema Manoel Oliveira, outra obra também inaugurada em 2019 no mesmo âmbito.
No ‘Treetop Walk’, que chega a ter uma altura de 25 metros, vive-se de forma íntima e intensa o diálogo entre o passadiço de nível superior e a paisagem densamente arborizada do Parque de Serralves. A limitação a 250 visitantes simultâneos quando o limite é 3.000 pessoas ao mesmo tempo relaciona-se precisamente com o desejo de garantir a todos uma experiência pessoal de excelência.
Operação cirúrgica inspirada na densidade do lugar
Carlos Castanheira foi buscar a sua inspiração à densidade arbórea do Parque. “A ideia já estava no local. Só precisava de a encontrar“. Da mesma forma, o arquiteto descreve a sua satisfação por esta estrutura elevada, tirando partido da topografia irregular, permitir a experiência de ver o chão do alto como que transmitindo uma sensação de profundidade em vez de altura. “É quase como se fosse a terra que escapa aos nossos pés”, descreve Carlos Castanheira.
Questionado sobre o desafio de construir uma estrutura destas dimensões e complexidade numa zona verde tão densa, Castanheira realça ter sido “uma operação cirúrgica“, não tendo sido derrubadas árvores no local. “Para mim, parece que (…) sempre esteve ali presente“, referiu o arquiteto. “E era essa a intenção“.
Ferramenta interpretativa com impacto na biodiversidade
A Architectural Record destacou ainda a intenção de Serralves em explorar o ‘Treetop Walk’ fundamentalmente como uma ferramenta didática, na esperança de que os visitantes apreendam mais sobre a biodiversidade do parque, a partir de uma perspetiva única.
Ao longo do percurso podem-se avistar “árvores monumentais, como o cedro branco, a sequóia, algumas espécies de carvalhos e outras nativas, como o nosso castanheiro ou o sobreiro”, relataram Luísa Pinto e Nelson Garrido, no Público, descrevendo a sua experiência.
A ideia é permitir caminhar “por entre o topo de árvores, como nome indica”, dando “a oportunidade de observar melhor a biodiversidade do parque do Porto e sensibilizar os visitantes para a conservação da natureza. O que quer dizer que, além das vistas incríveis, de toda a fauna e flora dos jardins, o passeio incentiva o respeito pelo ambiente e património natural, numa experiência que a fundação pretende que seja “impactante”, salientou também Patrícia Naves, no NIT.
Para tirar melhor proveito do percurso em termos de interpretação da envolvente, é possível agendar com o serviço educativo visitas-oficina para famílias, que se realizam ao fim-de-semana e tem duração aproxinada de uma 1h30.
Treetop Walking tem concurso para criação de ‘merchandising’
Imagens: Fernando Guerra
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