A Ministra da Cultura marcou presença na cerimónia de encerramento da Contextile 2020, em Guimarães, este sábado. Graça Fonseca visitou a exposição ‘Emergências, Educação e Criação Têxtil’, resultante do intercâmbio com as Escolas de Arte nacionais de ensino artístico têxtil.
Cruzamento enter indústria, criatividade e arte
No balanço desta visita, a ministra evidenciou as “dimensões emblemáticas da Contextile” no âmbito do trabalho de “saber fazer português” que privilegia “o cruzamento entre a indústria, a criatividade e a arte”.
Graça Fonseca enfatizou que a Contextile 2020 “respira este cruzamento”, da mesma forma que dá projeção a um “potencial ativo económico muito importante”, realçando “linhas de trabalho” sobre como “a cultura deve prosseguir”, dando o exemplo dos bordados de Guimarães, no âmbito do saber fazer português.
“Vimos algumas peças que incorporam o bordado de Guimarães, percebemos o quanto o nosso país é rico e é nessa diferença que nos distingue dos outros”, sublinhou a Ministra da Cultura no enquadramento com o Plano do Saber Português, que envolve áreas da cultura, da economia e do turismo. Em Guimarães, a Contextile demonstra também “a riqueza diferenciadora do que temos para salvaguardar e continuar a projetar para o futuro”, disse Graça Fonseca.
Afirmação da memória
Noutro plano, a Ministra da Cultura lembrou também o “cruzamento entre indústria e criatividade” através da ligação à indústria têxtil, vincando o exemplo da ligação entre empresas de referência a trabalhar com artistas.
Na ocasião, o presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, sublinhou a forte aposta vimaranense na criação de equipamentos culturais, dando a conhecer à Ministra da Cultura a obra de reabilitação do Teatro Jordão e Garagem Avenida, para acolher os cursos de Artes Performativas, Artes Visuais e ainda a Escola de Música. “Temos um percurso cultural que é reconhecido por quem nos olha do exterior”, apontou o edil, cimentando a vontade para manter este legado em estreita ligação com a dimensão do conhecimento e da ciência. “Nesta afirmação da nossa memória, queremos criar raízes fortes, através da criação de equipamentos escolares para robustecermos a dimensão do imaterial, na formação e produção cultural”, salientou Domingos Bragança.
Num balanço sobre a bienal, o diretor executivo da Contextile, Joaquim Pinheiro, apontou o “recorde de artistas participantes” num ano atípico, devido à pandemia. Partilhou os agradecimentos pela sua equipa, artistas, empresas e o apoio do Município de Guimarães.
Sucesso de participação
A Contextile decorreu sob o tema “Lugares de Memória”, com artistas nacionais e internacionais, através da ocupação dos vários espaços culturais e áreas públicas de Guimarães, divulgando assim o que melhor se faz na Arte Têxtil Contemporânea, em Portugal e no Mundo.
Nesta visita no penúltimo dia desta Bienal de Arte Têxtil Contemporânea, a Ministra da Cultura percorreu a Exposição Internacional patente no Palácio Vila Flor, passando também pelo Convento de Santo António dos Capuchos onde oito artistas realizaram Residências Artísticas e onde também o artista convidado Stephen Schofield expôs o seu trabalho.
Participando no encerramento simbólico da Contextile 2020 que decorreu no IDEGUI – Instituto de Design de Guimarães, onde está patente a exposição ‘Emergências – Educação e Criação Têxtil’, a Ministra da Cultura insistiu que esta Bienal de Arte Têxtil Contemporânea dispõe de “características importantes para o setor industrial e empresas, mas também muito importante para a comunidade artística e artistas. A Contextile tem estas 2 dimensões emblemáticas”, sublinhou.
Por sua vez, o diretor da Contextile 2020, Joaquim Pinheiro, agradeceu o apoio manifestado para a realização desta 5ª edição da Bienal – “parceiros, empresas e Município, que nos acolheu as exposições e nos apoiou em toda a linha” –, congratulando-se com a presença dos muitos visitantes nas exposições e apesar da “contenção nas visitas” em face do momento pandémico que atravessamos.
Já o presidente da Câmara de Guimarães justificou a aposta na Contextile – Bienal de Arte Têxtil Contemporânea, que vem desde 2012 aquando da Capital Europeia da Cultura: “em Guimarães olhamos para a diversidade que a cultura nos dá, tendo o Mundo por horizonte”, acrescentando que a sua cidade “afirma-se pela abertura ao Mundo e ao futuro que a cultura potencia”. Domingos Bragança foi mais longe, sustentando que Guimarães “como referência da cultura em Portugal, tudo fará para que o legado que possui possa ser partilhado pelas políticas culturais do país e difusoras da nossa cultura em todo o Mundo”, concluiu.
‘Wallpaper & wall hanging’ vence Prémio de Aquisição
Desde 5 de setembro, a Contextile 2020 – subordinada aos ‘Lugares de Memória’ – tem reunido pelos vários espaços culturais e áreas públicas da cidade de Guimarães o que melhor se faz ao nível da arte têxtil contemporânea, encerra este domingo, 25 de outubro.
A Contextile 2020 distinguiu com o Prémio de Aquisição ‘Wallpaper & wall hanging’, da estoniana Krista Leesi, que ilustra a excelência desta Bienal de Arte Têxtil Contemporânea. Na Exposição Internacional patente no Centro Cultural Vila Flor reuniram-se 59 obras de um conjunto de quase 1.200 trabalhos enviados para apreciação por cerca de 900 artistas de 65 países, que responderam à OpenCall.
Mas a excelência desta Contextile 2020 foi ainda sublinhada por múltiplos fatores: em tempos de pandemia e contra todas as perspetivas foi em frente e soube vincar o seu enorme prestígio, testemunhado pela enorme participação de artistas de todo o Mundo; pela 5ª edição desta Bienal passaram ilustres personalidades como o Primeiro Ministro, Ministro da Economia e Ministra da Cultura, entre muitos outros; somado à componente técnica e plástica das obras em exposição, dado que está subjacente a esta Bienal de Arte Têxtil Contemporânea a sua intrínseca ligação a Guimarães, como Território de Cultura Têxtil.
Daí que esta Contextile 2020, à semelhança das 4 edições anteriores, se tenha estendido por outros espaços públicos da cidade, como o Convento de Santo António dos Capuchos onde se fixaram as ‘Residências Artísticas’ em parceria com a plataforma Magic Carpets e a Bienal Internacionale du Lin de Portneuf (BLIP), bem como o artista convidado Stephen Schofield (Quebec, Canadá).
Já a outra artista convidada, Magda Soboń (Polónia), teve os seus trabalhos expostos no Centro para os Assuntos da Arte e da Arquitetura. Por sua vez, o Instituto de Design acolheu a mostra ‘Emergências, Educação e Criação Têxtil’ resultante do intercâmbio com as Escolas de Arte nacionais de ensino artístico têxtil, numa Bienal que em tempos de pandemia soube reinventar-se, respondendo, apesar dos enormes condicionalismos, à sua concretização no tempo e espaço a que estava destinada, mantendo os Textile Talks, Workshops, Cinema ao Ar Livre e Instalações Multimédia de acordo com as recomendações da Direção-Geral da Saúde.
Guimarães, Território de Cultura Têxtil
Em resumo, mais uma vez a Bienal de Arte Têxtil Contemporânea de Guimarães soube entrelaçar a tradição e inovação no têxtil com a cultura e a criatividade, projetando Guimarães como Território de Cultura Têxtil, como já vem acontecendo desde a sua primeira edição aquando da Capital Europeia da Cultura.
Imagens: Contextile
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