A batalha pela recuperação da economia, em consequência da crise provocada pela Covid-19, tem de ser encarada não como uma simples controvérsia política, ou uma corrida de poucos metros, mas tratada como “uma maratona”, alertou o Secretário-geral socialista e primeiro-ministro, António Costa, na abertura da Conferência Nacional do PS ‘Recuperar Portugal’, que marcou a rentrée política do partido.
Depois de ter exposto, na sua intervenção inicial no Convento de São Francisco, em Coimbra, as linhas gerais do plano de recuperação económica que o Governo tem em preparação e de ter apelado ao encontro de consensos “políticos e sociais”, o líder socialista recordou que o país enfrenta “uma longa maratona” de desafios que vai em muito “transcender o horizonte da atual legislatura”.
“Esta não é uma simples crise sanitária, tal como o Governo percebeu desde o princípio” que vai obrigar a enfrentar a “maior crise económica de sempre”, lembrou António Costa.
Perante este cenário, na procura de soluções, António Costa pensa que será avisado sustentar que “só em 2022 se chegará ao nível em que o conjunto dos Estados-membros se encontravam em 2019”. “Estamos todos perante uma batalha de fundo, de longo prazo, cuja resposta exige um amplo consenso”, designadamente quando apresentar na Assembleia da República o Programa Nacional de Infraestruturas, a versão final da “visão estratégica” para a recuperação e resiliência da economia portuguesa ou, ainda, as políticas de descentralização.
Neste particular, António Costa, considerando que não sendo este o tempo e o calendário para se avançar com a regionalização, afirma ter sido dado “um passo da maior importância” com a decisão do Governo de que os órgãos dirigentes das Comissões de Coordenação de Desenvolvimento Regional (CCDR) passem, já a partir do próximo mês de outubro, a ser eleitos “por todos os autarcas da [respetiva] região”.
Disciplina criteriosa na utilização dos fundos europeus
O líder socialista referiu-se ainda à necessidade de Portugal ter de assumir uma postura de grande “disciplina interna” na utilização dos fundos europeus nos próximos anos, defendendo a este propósito que o país deve “maximizar a utilização das subvenções e limitar ao máximo o recurso a empréstimos”.
Portugal continua a ser um país com uma dívida muito elevada, pelo que tudo deve ser feito para evitar estender este cenário para o futuro. António Costa sustenta, por isso, que não se pode estar a criar hoje às futuras gerações responsabilidades que elas não devem herdar.
Na parte final da intervenção, o Secretário-geral do PS fez questão de voltar a referir-se ao Plano de Recuperação Económica até 2030, que será apresentado aos deputados no próximo dia 15 de setembro, defendendo tratar-se de uma “visão estratégica” para “ancorar um vasto período de intervenção”, considerando-o fundamental para que Portugal possa dispor de um “instrumento que assegure coerência” ao longo dos anos face às opções hoje feitas e que, inevitavelmente “terão execução ao longo de vários anos”, medidas que em sua opinião devem ser articuladas com o plano de emergência económica e social em curso e as opções do Portugal 2030.
Fonte e Imagem: AS
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