A Iconic Houses, um dos mais relevantes sites sobre arquitetura do século passado, apresentou um mapa interativo que mostra as casas mais icónicas do século XX . Uma dessas casas é a Casa de Serralves, no Porto – importante exemplar de arquitetura Art Déco, com assinaturas do arquiteto francês Charles Siclis e do português Marques da Silva.
Este mapa interativo permite aceder a informações sobre cada um dos edificios, fotografias e algumas curiosidades. Sobre a Casa de Serralves, a Iconic Houses afirma que quem a visita tem a oportunidade de recuar no tempo e entrar num exemplar único de arquitetura art déco, que marcou a década de 30 do século passado. O seu grande rigor decorativo e os materiais de uma nobreza assinalável são destacados, assim como o facto de a Casa de Serralves ter benficiado das intervenções de algumas das figuras mais relevantes do seu tempo como Marques da Silva, Charles Siclis, Jacques Emile Ruhlmann, René Lalique, Edgar Brandt e, posteriormente, na sua recuperação na década de 80, Álvaro Siza. Também a envolvência do Parque, com a intervenção nos jardins de Jacques Greber, é destacada.
A organização Iconic Houses é uma rede internacional que reúne casas e estúdios de artistas, arquitetonicamente relevantes do século xx, em todo o mundo. Mas com a particularidade de estas referencias da arquitetura residencial do século passado estarem abertas e acessíveis a visitas do público, seja como instituições museológicas ou como alojamentos. Esta plataforma também se dedica aos temas da conservação e gestão destes edifícios e da cooperação entre as entidades gestoras dos mesmos.
História da Casa de Serralves com fortes ligações à indústria têxtil de Famalicão e Vizela
A casa foi mandada construir pelo 2º Conde de Vizela, Carlos Alberto Cabral, aristocrata da indústria têxtil que, em 1923, tinha herdado a propriedade de seu pai.
O projeto foi do arquiteto francês Charles Siclis, tendo a sua execução ficado a cargo do arquiteto português Marques da Silva. O projeto dos jardins, de autoria de Jacques Gréber, data de 1932. Os projetos da casa e dos jardins progrediram ao sabor de hesitações e alterações sucessivas introduzidas por Marques da Silva, até que as obras de ambos ficaram concluídas em 1940.
Concebida originalmente como uma residência privada, para os terrenos do que fora a quinta de veraneio da família nas imediações do Porto, em 1944 o Conde de Vizela instala-se finalmente em Serralves. No entanto, cerca de dez anos mais tarde, vê-se entretanto obrigado a vender a propriedade a Delfim Ferreira, Conde de Riba de Ave, em 1957, igualmente sob o compromisso de manutenção da sua traça original. Grande parte da mobília foi vendida em leilões, encontrando-se hoje dispersa.
O negócio continuava a prever contudo uma restrição: a propriedade não podia ser objeto de qualquer transformação. Até aos anos 80 o espaço permaneceria inacessível ao público até que o Estado, representado por Teresa Patrício Gouveia, então Secretária de Estado da Cultura, adquire a quinta aos herdeiros de Delfim Ferreira permitindo a sua abertura à cidade.
Por finais da década de 1980, a Casa de Serralves tornou-se o centro de um projeto que culminou na instalação de um dos mais importantes pólos culturais e artísticos da Península Ibérica, envolvendo a casa, os jardins, a quinta e um Museu de Arte Contemporânea, ali instalado inicialmente e após a criação da Fundação de Serralves.
Em 1987, o Ministério da Cultura compra a propriedade e, em 1989, é criada uma Fundação de Serralves instalada um museu na casa principal. No ano seguinte é considerada zona de proteção paisagística, urbanística e arquitetónica no Plano Diretor Municipal da cidade do Porto.
Fontes: Serralves, Wikipedia, Manuela Machado; Imagem: Serralves
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