Encontramo-nos ainda no rescaldo das eleições legislativas do passado domingo, mas quando os resultados não são favoráveis surgem sempre vozes que se levantam quase de imediato a exigir a demissão dos considerados responsáveis pelos maus resultados. Assim, analisando as eleições legislativas de 6 de outubro de 2019, um conjunto de militantes representantes do Aliança, de Barcelos, que se demitiram em março passado contestando a não realização de eleições internas, fez saber que considera que o Presidente da Direção Política Nacional do partido, Pedro Santana Lopes, “não é culpado deste mau momento político”, pelo que “deve permanecer no cargo“, mantendo a confiança política desta estrutura. O Aliança – Barcelos não se mostra, satisfeito, no entanto, com determinadas funções executivas que considera terem sido responsáveis pelas “debacles eleitorais que retiraram espaço político e financeiro ao Partido“, pelo que devem demitir-se e ceder os lugares que ocupam.
“Um Partido implanta-se das bases da pirâmide para o topo”
“Em Fevereiro, um largo grupo de militantes – no qual se incluíam os militantes desta representação, ou a sua maioria, pelo menos -, insistiu na necessidade da legitimação das estruturas locais e distritais através do voto, com o objectivo da implantação mais organizada do Partido” em todo o distrito de Braga, “visto que o poder local é aquele que mais próximo se encontra da população”, recordam este grupo de militantes. Na altura, não viram os seus desejos acolhidos, “pese embora, estivessem essas eleições programadas para o pós-congresso de Fevereiro”. Salienta por isso a concelhia barcelense que “o Partido necessita de respirar por ele próprio”, ser um espaço em que “a sociedade civil se reveja em representantes conhecedores da realidade socioeconómica e cultural de cada um dos seus concelhos”. “Um Partido implanta-se das bases da pirâmide para o topo”.
“Face aos resultados obtidos nestes 2 escrutínios (1,14% nas europeias – em cada 100 pessoas 1 votou Aliança – e 0,47% nas legislativas – em cada 100 pessoas nem “meia” pessoa votou Aliança), nada dignificantes e mesmo ultrajantes, no Distrito de Braga”, a secção barcelense do Aliança exige que os militantes responsáveis pela campanha ajam “em conformidade”, lembrando ainda que “a participação cívica também pode ser exercida através da militância”.
Desta forma, e embora não o afirme explicitamente, este grupo de Barcelos coloca em causa o trabalho desenvolvido por Luís Cirilo, principalmente porque este foi o diretor executivo da estratégia eleitoral do Alianca no distrito, mas também no país. A perda do espaço político no círculo de Braga contribuiu também para que o Aliança não atingisse os 50.000 votos necessários à subvenção estatal que daria suporte financeiro às atividades deste partido no futuro próximo. Assinale-se que, em Braga, o terceiro maior distrito em população, o Aliança teve menos votos do que em Aveiro e Setúbal, apesar de este círculo eleitoral possuir mais eleitores.
Assim sendo, e desejando o cumprimento da palavra dada, em que a Direção Nacional do Aliança remetera para depois das eleições legislativas as eleições para os órgãos internos locais e distritais, fossem adiadas para depois destas ultimas legislativas, estes militantes de Barcelos do Aliança pretendem que, de imediato, “se procedam às diligências necessárias para a realização das respectivas eleições, de forma a oficializar e implantar as respetivas concelhias“, uma vez que na maior parte dos concelhos não existem estas estruturas.
Assumindo que as próximas eleições autárquicas “são a ocasião ideal” para preparar “a recuperação do espaço político destruído, não há tempo a perder”, afirmam.
Obs: Atualizado em 10-10-2019, substituindo-se a expressão ‘Secção de Barcelos’ por ‘grupo de militantes representantes do Aliança, de Barcelos’, uma vez que tal estrutura não possui existência formal.
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