A 10 de Dezembro de 1998, um português recebia o prémio Nobel da literatura.
A escrita de José Saramago é difícil e longa, persistente e combativa, lúcida e progressista.
As suas obras, lidas por milhões de pessoas, são estudadas por académicos, adaptadas para cinema e para teatro.
Saramago foi um dos nossos grandes na arte de expressar a palavra através da escrita, a expressão que mais aprecio!
Cavaco, o homemm que nunca respeitou Saramago, tem voltado à ribalta
Nestas últimas semanas, tem voltado à ribalta uma pessoa que nunca respeitou a obra de José Saramago. Cavaco Silva era Primeiro Ministro quando o seu ignorante secretário de estado da cultura, Sousa Lara, vetou, em 1992, a indicação do “Evangelho segundo Jesus Cristo” e de José Saramago para o prémio Prémio Literário Europeu (PLE). Por inveja ou ciúme, Cavaco não deu sequer um “ai”, quanto mais um “ui”. Uns anos mais tarde, em 2016, o “génio da banalidade” (como Saramago chamava a Cavaco) condecorou Sousa Lara, expondo, outra vez, a sua pequenez de espírito.
Mas o sadismo de Cavaco levou-o ainda mais longe. Era Presidente da República quando Saramago faleceu em 2010, tendo recusado interromper as suas férias para estar presente (ele e a Maria) nas exéquias da pessoa que mais honrou e humanizou a língua portuguesa.
Cavaco Silva é um tipo ressentido, invejoso e saudoso do Estado Novo
Por isso mesmo, sempre que derem ouvidos às coisas que o Cavaco anda por aí a dizer, não se esqueçam que estarão a dar ouvidos a um tipo ressentido, invejoso e saudoso do censor do Estado Novo!
Que país atrasado era este que elegeu 4 vezes semelhante personagem?
Parabéns José Saramago!! No teu enorme talento carregaste um pouco de cada um de nós!
Imagem: CB
Obs: texto previamente publicado na página facebook da autora Célia Borges, tendo sofrido ligeiras adeqauções na presente edição.
