“As mulheres não aguentam mais”, sobrecarregadas que estão com os “sacrifícios” do dia-a-dia”, esta é a conclusão do Movimento Democrático de Mulheres (MDM) em análise da atualidade, sobre os seus direitos, divulgada no âmbito da celebração do Dia Internacional da Mulher. O Movimento convocou, por isso, uma Manifestação Nacional de Mulheres para a Praça da Batalha, no Porto, a 4 de Março e outra para a Praça dos Restauradores, em Lisboa, a 11 de Março.
Apesar das mudanças sociais ocorridas nos últimos cem anos, as mulheres precisam ver os seus “direitos transformados em realidade” e que estes contribuam para a “autonomia” e “emancipação feminina”. Na sua análise sobre a actual conjuntura internacional e a situação das mulheres em cada região do nosso País, a Direcção Nacional do MDM considerou que as mulheres têm muitas razões para lutar, impondo-se a denúncia dos respectivos problemas, mas principalmente as propostas que concretizem os seus direitos e que contribuam para a melhoria das suas condições de vida.
“A situação das mulheres é de agravamento, expresso pelas lutas das mulheres, nomeadamente das enfermeiras, das professoras, e das lutas contra o aumento do custo de vida. O aumento dos produtos alimentares, da energia, dos combustíveis, da habitação e as dificuldades de acesso aos serviços de saúde do SNS”, refere a Direção do MDM, movimento feminista português surgido no tempo de Oposição a Salazar e ao Estado Novo. “As Mulheres têm [ainda] muitas razões para lutar!”, afirma.
“Como podemos viver condignamente se as nossas carreiras e os nossos salários não são valorizados nem suficientes para acompanhar os escandalosos aumentos do custo de vida? E ainda, quem ganha com os sacrifícios das mulheres?”, interroga-se a Direcção Nacional do Movimento Demovcrático de Mulheres.
O Movimento considera, assim, ser “essencial travar a perda de direitos das mulheres, no quadro de uma ofensiva ideológica sem precedentes, em que há uma mistificação em torno dos direitos das mulheres com uma crescente ocultação e invisibilidade, no que respeita às discriminações e direitos, seja na linguagem seja na desvalorização dos seus problemas específicos”.
Por outro lado, para lá de responder a estes problemas de índole mais individual, é também “necessário combater o agravamento das condições de vida e de trabalho das mulheres que são obstáculos à igualdade na vida, uma vez que a sua vida grita que a “igualdade está longe de ser alcançada”.
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Imagens: MDM
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