A Pafil de Famalicão tem-se vindo a tornar um fornecedor de referência do setor da confeção de vestuário para clientes e marcas exigentes de um grande rigor em produção altamente técnica. BMW e Maserati surgem, assim, com naturalidade a produzir vestuário de motociclismo para a primeira e vestuário destinado ao uso em desportos náuticos para a segunda. No âmbito do roteiro Created IN, a empresa de confeção têxtil, situada no Louro, em Famalicão, recebeu, por isso, Mário Passos, há dias, tendo-lhe dado a conhecer in loco a forma como fabrica e trabalha uma série de produtos com elevados padrões de qualidade.
Os artigos confecionados na Pafil, com uma enorme componente técnica na sua matéria-prima, destinam-se ao mercado externo e distinguem-se pelo valor acrescentado que advém da componente de tecnologia aplicada, nomeadamente sensores de temperatura e ultrassons.
Pafil produz para nichos de mercados exigentes
“Os nossos clientes são marcas de referência e procuram-nos pela diferença que somos capazes de colocar na produção”, aponta João Rui Pereira, administrador da Pafil. Da moda ao vestuário de proteção, dos equipamentos de neve cem por cento impermeáveis a peças de roupa com ultrassons incorporados, a produção global desta empresa destina-se a um nicho de mercado diferente da tradicional confeção têxtil, com superior valor acrescentado. Desde que se mudou de Viatodos, em Barcelos, para o Louro, num investimento de dois milhões de euros que gerou condições para novos projetos de expansão da empresa, a Pafil contratou cerca de 30 trabalhadores, empregando atualmente cerca de uma centena de funcionários.
Exemplo de inovação no setor têxtil
Mário Passos deixa elogios pelo caminho trilhado pela empresa. “É um bom exemplo de inovação no têxtil e vestuário”, destaca Mário Passos. A Pafil “é uma empresa que apostou na inovação, que trabalha com nichos de mercado, focada na qualidade, que por essa via gera valor acrescentado à sua produção, e nós queremos que seja esta a tendência do tecido produtivo famalicense nas mais diversas áreas”, acrescenta o autarca.
A empresa têxtil pretende continuar a sua aposta em inovação e investigação de forma a criar produtos diferenciadores para o mercado. Deu, assim, a conhecer a iniciativa que tem em curso de criação de um exoesqueleto de base têxtil que possa atuar na correção de esforços repetitivos dos trabalhadores da indústria, desde logo das próprias costureiras.
“É um projeto que estamos a desenvolver com o CITEVE e que estamos em crer que possa concretizar-se em breve, com prototipagem do produto já no começo de 2023”, disse João Rui Pereira. “Permitirá às costureiras ter um trabalho com menor esforço físico, melhorando a sua qualidade de vida, mas será também uma peça que certamente vai melhorar a produtividade, fator diferenciador nos dias que correm para a economia empresarial”.
A inovação da Pafil evidencia-se também na sua qualidade de integrante do projeto BE@T – BioEconomia na Indústria do Têxtil e Vestuário (ITV), consórcio que, no âmbito do PRR, está a trabalhar a circularidade e cujo objetivo é a criação de uma nova geração de produtos têxteis que passa pela utilização de resíduos e/ou subprodutos de outras indústrias para utilização têxtil.
Famalicão procura aumentar capacidade industrial
À margem da visita à Pafil, Mário Passos afirmou, em declarações recolhidas pelo Jornal de Notícias, que há mais investidores a pretender instalar-se no concelho, especialmente empresas localizadas em concelhos limítrofes. No sentido de tentar acomodar uma “resposta” alargada, o município já está “a trabalhar” no alargamento de áreas industriais, bem como na recuperação de edifícios onde funcionaram antigas fábricas que atualmente se encontram devolutos.
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Imagens: MVNF