A atual situação política nacional a par da conjuntura política internacional vem ditar um novo posicionamento político estratégico para os partidos socialistas e sociais-democratas em face das profundas alterações havidas na divisão segmentada do tecido social nas sociedades modernas em transição para a modernidade personificada na transição tecnológica.
Se tivermos em linha de conta que os interesses da classe média, articulados com os interesses de classe do operariado e dos serviços, mais os interesses dos pequenos investidores privados, fazendo a ponte em nome da estabilidade social e económica com os interesses do setor financeiro e dos grandes investidores de forma a que o todo nacional micro e macroeconómico resulte e funcione em harmonia nacional concertada com as dinâmicas Europeias e internacionais, sempre foram estes os objetivos presentes na orientação política do Partido Socialista, razão pela qual os representava, num passado não muito distante. Esses eram os interesses de um segmento social designado por classe média, uma classe social intermédia e que se situava entre o proletariado e o patronato, preenchendo na espiral da estrutura social e económica os domínios da administração, educação, justiça, serviços, entre outros, patamar que está a desaparecer da estrutura de organização social nas sociedades modernas, uma vez que a manufatura praticamente se extinguiu e por isso o proletariado convencional desapareceu como classe social. A dita classe média, passou, por isso, no organograma social, a ser uma classe uniforme estruturada para o fornecimento de mão de obra associada ao conhecimento nos novos processos padronizados de extração e de transformação das matérias-primas e seus derivados, até ao consumo, bem como na construção dos novos desígnios para os povos, como o são, dentre outros:
- a transição para a era digital;
- o combate às alterações climáticas;
- a sustentabilidade ambiental;
- a biodiversidade.
Há depois uma outra classe social que arrecada as mais-valias resultantes das atividades económicas, seja por via direta ou através de mecanismos financeiros.
Espaço político-social do centro social-democrata deixou de existir
Resultam assim dois polos opostos: os que exploram e os que são explorados.
Nesta sociedade extremada um dos polos presta serviços, o outro polo arrecada as mais valias.
A distinção social tal e qual acontecia no passado, e que ainda perdura nas mentalidades, é irrelevante por inexistente, uma vez que a manufatura estritamente necessária passou a ser minoritária no tecido produtivo e exercida por quadros qualificados.
É neste contexto que o reordenamento social do espetro político partidário urge e que o posicionamento político se torna um exercício dinâmico em ajustamento permanente, de que resulta o extremar de posição entre a esquerda e a direita e que, também por isso, a disputa política eleitoral seja multifacetada nos horizontes, mas demasiado estreita nos objetivos.
A classe média e o realinhamento sociológico identitário do Partido Socialista
Nesta perspetiva, o Partido Socialista não só sente a necessidade política e social de se posicionar à esquerda como não encontra argumentos de suporte ideológico em defesa do Socialismo Democrático convergente com o pensamento político do centro social-democrata porque esse espaço político-social já não existe.
A classe média sempre se masturbou na aparência de elite presumida. Por isso, ainda não percebeu que deixou de ser o suporte da burguesia para promoção da submissão do proletariado para passar ela própria a ser a parte submissa da sociedade.
É com esta nova realidade conjuntural que o Partido Socialista tem de enfrentar o presente e preparar o futuro político consciente de que se não o fizer deixará de ter o seu espaço político.
A identidade político-partidária precisa acompanhar a nova identidade social de um só estereótipo de classe social: a dos que vendem a sua prestação de serviços seja em que domínio for: manual, intelectual, ou outro, sob pena de, se o não fizerem, os movimentos inorgânicos a par de organizações populistas poderem vir a introduzir dinâmicas sociais interativas descontroladas cujos fins serão sempre o caos conducente a regimes totalitários que se movimentam na sombra.
Este realinhamento sociológico identitário tem de personificar os anseios e aspirações de todo um universo carente de respostas cada vez mais céleres e exigentes, mas também encontrar soluções de estabilidade nos processos de transição social para novos estádios da organização social mais interativos, interculturais, multiculturais, em que os paradigmas da sustentabilidade ambiental e ecológica, mas não só, se encontram já em mudança.
Perceber estes sinais é de vital importância para a sobrevivência política dos partidos socialistas e sociais-democratas, tenham eles a sigla que tiverem na justa medida em que o seu espaço é o espaço da convergência social na defesa intransigente daquilo que são os interesses, anseios e aspirações, estabilidade e futuro da cidadania.
O Orçamento de Estado 2022 e os seus valores
Em Portugal, o Partido Socialista optou por convergir à esquerda, em 2015, e governar em minoria, em 2019, não se sabendo, neste momento, se o Orçamento Geral do Estado para o ano de 2022 será ou não aprovado.
Aquilo que sabemos é que lhe cabe fazer passar a mensagem acautelando os valores da Democracia, da Liberdade, da Fraternidade e da Igualdade.
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