O Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas das Nações Unidas acaba de apresentar novo relatório de síntese confirmando a enorme influência humana no aquecimento global e nos fenómenos a ele associados, em especial nos últimos 50 anos. Em simultâneo, prenuncia as graves transformações que o Planeta precisa efetuar com urgência de modo a minimizar danos, antes da reunião de avaliação que virá a ocorrer em setembro de 2022, deixando mais um e novo aviso aos políticos e governantes do Planeta.
Como grande novidade, este relatório mostra o ritmo a que o aquecimento global está a acontecer e as consequências que está a provocar, porque “a escala das mudanças recentes no sistema climático como um todo e o estado presente de muitos aspetos do sistema do clima não têm precedentes ao longo de muitos séculos a muitos milhares de anos”. “O planeta está a aquecer mais e a um ritmo sem precedentes. Travar a fundo as emissões de gases com efeito de estufa não vai impedir fenómenos já em marcha durante décadas, como o derretimento do gelo e a subida do nível do mar”, explica Patrícia Carvalho, no Público.
“É inequívoco que a influência humana aqueceu a atmosfera, o oceano e a terra” e todas as provas apontam para o agravamento da situação nas últimas décadas. “Cada uma das últimas quatro décadas foi sucessivamente mais quente do que qualquer década que a precedeu desde 1850”, revela o IPCC.
“Mais do que salvar o planeta, é salvar-nos a nós próprios como espécie”
“Vem no tempo certo, porque estamos a três meses da Conferência do Clima, e é o tempo de o Mundo assumir o compromisso que a Europa já assumiu e no qual Portugal liderou, que é o de sermos neutros em carbono em 2050”, afirmou o Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, numa declaração à Lusa.
No relatório do IPCC, os cientistas preveem que a temperatura global terá subido 2,7 graus Celsius em 2100, se se mantiver o atual ritmo de emissões de gases com efeito de estufa.
“Mais do que salvar o planeta, é salvar-nos a nós próprios como espécie”, disse o Ministro, acrescentando que a humanidade não conseguirá “suportar este aumento de temperatura e aquilo que ele provoca dia a dia e os fenómenos extremos que está também a condicionar”.
Por uma economia diferente
Por isto, “a economia tem de crescer de forma completamente diferente e com investimentos que sejam focados na sustentabilidade, com a certeza de que esses investimentos vão provocar, ainda mais riqueza e emprego mais qualificado do que os investimentos tradicionais”.
“É o tempo de parar de explorar e de continuar a investir na produção de combustíveis fósseis» que provocam a emissão de CO2, acrescenta Matos Fernandes, lembrando que “Portugal foi o primeiro do mundo a dizer ‘Vamos ser neutros em carbono em 2050′”.
Transformações energéticas a caminho em Portugal
38% dos investimentos previstos no Plano de Recuperação e Resiliência são dedicados à ação climática, de modo a prosseguir o caminho do País no sentido de reduzir os gases que produzem efeito estufa, como é o caso da aquisição de 700 autocarros de elevada performance ambiental e dos investimentos nos Metro de Lisboa e Porto, assim como na eficiência energética das habitações em que o Governo tem vindo a apostar.
Pequenos sacrifícios no dia a dia
“Nunca nada é muito quando se trata de investir para nos salvarmos a nós próprios enquanto espécie do planeta”, disse ainda, referindo os recentes “fenómenos assustadores” das cheias no centro da Europa, dos incêndios na parte oriental da bacia do Mediterrânico e na Califórnia, as temperaturas de 50 graus em Vancouver, no Canadá. “Estes factos têm que fazer as populações pensar, agir e mudar de hábitos”.
Se “é inevitável que o Estado tome as decisões certas e faça os investimentos certos”, o esforço individual é também indispensável nos pequenos gestos do quotidiano, sendo preciso o “esforço de todos”: deixar de usar combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão, plástico de uso único, reduzir significativamente o uso de embalagens, passar a beber água da torneira, utilizar transportes públicos.
“Construir o futuro com os instrumentos do passado conduzirá ao desaparecimento da espécie humana”, conclui Matos Fernandes.
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Imagem: Espaço MUDE
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