Sou+ apoia pessoas sem-abrigo em Barcelos

 

 

Barcelos viu ser aprovado financiamento para o projeto Sou +, que visa promover a inclusão das pessoas em situação de sem-abrigo, dando particular atenção à problemática da saúde mental, à capacitação da população-alvo e à sensibilização e combate ao estigma junto da comunidade em geral e tem vindo a ser implementado no terreno pelo Grupo de Ação Social Cristã (GASC) e os Médicos do Mundo em colaboração com a Câmara Municipal. No final de 2020, o concelho registava 59 pessoas em situação de sem-abrigo em Barcelos, maioritariamente do género masculino, com uma média de idades de 48 anos e baixa escolaridade.

O programa contempla um investimento superior a 160 mil euros e será cofinanciado pelo Programa Operacional Norte 2020, através do Fundo Social Europeu ao longo de 2 anos. Com o aumento do risco de pobreza e da dificuldade no acesso a bens essenciais  assume particular relevância no contexto atual de pandemia no sentido de se propor incluir socialmente os cidadãos abrangidos pela iniciativa.

Ancorado na constituição de três gestores de caso, mais concretamente, um psicólogo, um assistente social e um educador social, que irão permitir que a cada pessoa em situação de sem-abrigo fique alocado o profissional que melhor se adeque às suas especificidades e vulnerabilidades, o projeto destaca-se por ter um caráter multifacetado e inovador. Não sendo possível promover a inclusão sem uma intervenção do foro psiquiátrico, o programa diferencia-se também pela importância que é dada à estabilização e promoção da saúde mental.

Quase totalidade da população-alvo não tem rendimentos

A fundamentação do projeto surge na sequência de uma caraterização sociodemográfica do público-alvo, que dá nota da existência, à data de 31 de dezembro de 2020, de 59 pessoas em situação de sem-abrigo em Barcelos. Trata-se, maioritariamente, de uma população do género masculino, com uma média de idades de 48 anos e com baixa escolaridade.

Os dados recolhidos demonstram, ainda, que 81% da população-alvo não aufere qualquer rendimento, 12% está em situação de reforma por invalidez ou velhice, 3% recebe apoio informal, 2% tem como fonte de rendimento a prostituição e os restantes 2% são beneficiários do Rendimento Social de Inserção. Para a maioria, perto de 60%, a condição de sem-abrigo arrasta-se há mais de um ano.

Droga, álcool e doença mental dificultam dificultam reabilitação

A caraterização da população-alvo permite também referir que a esmagadora maioria padece de alguma patologia e tem comportamentos que comprometem a sua saúde, nomeadamente o consumo de substâncias psicoativas e/ou álcool (75%). Os dados revelam, ainda, que 10% é portadora de doença mental diagnosticada e em 29% dos casos existem suspeitas da presença de doença mental. Estas situações dificultam a reabilitação e exigem uma intervenção fortemente vocacionada para o fortalecimento ao nível psíquico, físico e social.

Promovido pela autarquia, o projeto terá o Grupo de Ação Social Cristã (GASC) e os Médicos do Mundo como parceiros fundamentais, entidades que desenvolvem desde há longa data um trabalho conjunto no âmbito desta e de outras temáticas de intervenção social, numa lógica de colaboração e partilha de recursos. No entanto, irá contar, ainda, com a colaboração de mais sete entidades: Instituto de Emprego e Formação Profissional, Cruz Vermelha Portuguesa, Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Hospital de Barcelos, Instituto São João de Deus, Núcleo Local de Intervenção e Recovery IPSS. Cria-se, desta forma, uma rede de apoio formada por entidades que atuam em áreas-chave complementares, como seja a saúde e, em particular, a saúde mental, o apoio social, a reinserção e a integração social e profissional.

O programa não contempla nenhuma resposta habitacional, uma vez que já existem projetos nesse sentido, concretamente o “Espaço Noturno de Pernoita Temporária” e o “Um Teto Para Todos”, respostas desenvolvidas em articulação entre o Município, o GASC, os Médicos do Mundo, o Centro Social da Paróquia de Arcozelo e o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana. No âmbito da Ação Social do Município, existe também o “Programa de Apoio ao Arrendamento Habitacional”.

Projeto pode vir a ser replicado noutros concelhos

Merece igualmente realce o facto de as pessoas em situação de sem-abrigo serem coautoras do próprio projeto, através de um “Focus Group” de seis pessoas que sugeriu temas e relevou anseios e necessidades, como a criação de um centro ocupacional que melhor ajudarão a desenvolver o projeto e contribuirão para o desemprenho do mesmo.

No final, será criado um guia, que permitirá transferir as boas práticas para outros territórios que careçam de intervenções semelhantes.

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Imagem: GASC

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