Os setores europeus do vestuário e do têxtil terão registado em 2020 uma quebra de atividade de 30% e 15%, respetivamente, e os primeiros dados de 2021 “não são animadores”, segundo a confederação europeia Euratex.
Esta informação foi transmitida pela Euratex ao ministro da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, numa reunião realizada ao final da tarde de quarta-feira para discutir as prioridades do setor no contexto da Estratégia Europeia do Têxtil, numa iniciativa da Comissão Europeia no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho Europeu.
Empresas necessitadas de apoio à tesouraria
No encontro, no qual participaram também a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) e a Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção (ANIVEC/APIV), a Euratex alertou para o impacto da crise pandémica no setor, que foi “um dos mais afetados, apenas com o turismo a ultrapassá-lo”, destacando que “as empresas estão a enfrentar graves problemas de liquidez, falta de procura (devido ao encerramento do comércio) e disrupções na cadeia de fornecimento”.
Segundo um comunicado divulgado hoje pelas associações nacionais, na reunião foi reforçada “a necessidade de medidas que apoiem as empresas no curto prazo, de forma a que possam sobreviver a esta crise, apoiando-as em termos de tesouraria, em especial às PME [pequenas e médias empresas], que têm vindo a enfrentar maiores dificuldades no acesso a financiamento por parte dos bancos”.
Empresas pedem defesa da concorrência oriental
Também destacada foi “a importância de reabrir a economia o mais rapidamente possível, para prevenir ainda mais perdas”, de “promover a livre circulação e um mercado único sem barreiras”, assim como de “evitar que outras barreiras sejam criadas a nível legislativo ou regulamentar”.
Ainda defendida foi a “necessidade de apoiar (temporariamente) uma maior flexibilidade na legislação laboral, bem como dinamizar a procura através por exemplo de compras públicas”.
Em cima da mesa do encontro com Siza Vieira estiveram também os “interesses estratégicos a médio e longo prazo” para o setor têxtil e vestuário europeu.
A este nível, os intervenientes reclamaram “uma efetiva aplicação do ‘level playing field’, com maior controlo nas alfândegas, para que produtos importados na Europa cumpram exatamente com os mesmos requisitos dos produzidos pelas empresas europeias, promovendo uma concorrência mais justa”.
Nova cadeia de valor ‘pan-euro-mediterrânica’
A necessidade de promover uma cadeia de valor integrada na região ‘pan-euro-mediterrânica’ foi outra das prioridades apontadas, sendo para isso necessário “avançar com a aplicação da Convenção Pan Euro Med”.
“Continuar a apostar na inovação e digitalização, mas apoiando as PME nestes grandes desafios”, “promover o desenvolvimento de novas matérias-primas, mais sustentáveis, no contexto europeu” e a importância de os temas da economia circular e da sustentabilidade nortearem as políticas futuras, mas com uma simultânea promoção da competitividade das empresas europeias, foram outros dos temas debatidos.
“É imperioso continuar a apostar nos programas de formação e educação, modernizando-os e adaptando-os às necessidades das empresas do setor, para promover e renovar as competências dos trabalhadores do setor e integrar novas competências para dar resposta aos desafios emergentes”, defendem as associações.
Também reclamada foi a manutenção da aposta no acesso aos mercados terceiros, “promovendo a participação das empresas europeias nos mercados globais”.
‘Next Generation EU’, no âmbito do PRR, apoiará empresas do detor têxtil
De acordo com a ATP e a ANIVEC/APIV, “o ministro da Economia foi bastante recetivo aos argumentos apresentados, mostrando interesse em apoiar as prioridades do setor e em continuar este diálogo com as associações”.
Segundo adiantam, Pedro Siza Vieira “afirmou ainda que algumas destas medidas poderão ser apoiadas no contexto dos diferentes programas que estão a ser preparados no âmbito das medidas comunitárias de recuperação da economia ‘Next Generation EU’, como é o caso, em Portugal, do Plano de Recuperação e Resiliência”.
Covid-19 no mundo
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.621.295 mortos no mundo, resultantes de mais de 117,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.617 pessoas dos 811.948 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
1ªPágina. Clique aqui e veja tudo o que temos para lhe oferecer.
Imagens: (0) Barata Garcia, (1) SMBM
**
*
VILA NOVA, o seu diário digital
Se chegou até aqui é porque provavelmente aprecia o trabalho que estamos a desenvolver.
A Vila Nova é cidadania e serviço público. Diário digital generalista de âmbito regional, a Vila Nova é gratuita para os leitores e sempre será. No entanto, a Vila Nova tem custos, entre os quais a manutenção e renovação de equipamento, despesas de representação, transportes e telecomunicações, alojamento de páginas na rede, taxas específicas da atividade.
Para lá disso, a Vila Nova pretende produzir e distribuir cada vez mais e melhor informação, com independência e com a diversidade de opiniões própria de uma sociedade aberta.
Como contribuir e apoiar a VILA NOVA?
Se considera válido o trabalho realizado, não deixe de efetuar o seu simbólico contributo sob a forma de donativo através de netbanking ou multibanco (preferencial) ou mbway.
NiB: 0065 0922 00017890002 91
IBAN: PT 50 0065 0922 00017890002 91
BIC/SWIFT: BESZ PT PL
MBWay: 919983484
*
Obs: envie-nos os seus dados e na volta do correio receberá o respetivo recibo para efeitos fiscais ou outros. Obrigado pelo seu apoio e colaboração.
*