Trabalhadores, empresas e população em geral do território do rio Minho continuam a sofrer um duplo impacto na sua rotina diária: o da Covid-19 e o encerramento de fronteiras entre o Alto Minho e a Galiza, que impede ou dificulta a circulação de pessoas. O Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Rio Minho (AECT Rio MInho) realizou, por isso, um documentário – ‘Confinados no Rio Minho’ – que será lançado muito em breve. Por ora, circula nas nas redes sociais da Deputação de Pontevedra, do Smart Minho e das autarquias do AECT Rio Minho um teaser de apresentação do projeto.
Por detrás de perdas económicas, viagens de centenas de quilómetros a mais para trabalhar e gastos em combustível e tempo desnecessários, há histórias pessoais bastante emotivas que são o exemplo do que acontece aos cerca de 6.000 trabalhadores afetados por esta medida. Com esta iniciativa pretende-se atribuir um rosto e um nome às diferentes dificuldades causadas pela existência de apenas um ponto de passagem autorizada em regime permanente (24h) entre o Alto Minho e a Galiza. O objetivo é difundir e partilhar o documentário junto do maior número de pessoas e autoridades de Portugal e de Espanha, assim como com a Comissão Europeia, no sentido de pressionar uma alteração à situação. O documentário resulta da ação-piloto do Observatório das Dinâmicas Transfronteiriças (ODT), instrumento de apoio à decisão, com o objetivo de estruturar informação e melhorar o conhecimento da realidade socioeconómica do território do AECT Rio Minho.
‘Confinados no Rio Minho’, o documentário
O documentário ‘Confinados no Rio Minho’, produzido pelo AECT Rio Minho foi elaborado pelo diretor, realizador, guionista e ator Suso Pando. Com uma duração aproximada de 60 minutos e com imagens do território transfronteiriço, recolhe testemunhos na primeira pessoa de quem viveu o impacto do encerramento da fronteira no primeiro confinamento devido à Covid-19. Apresenta uma visão económica e institucional das reivindicações pela abertura das várias travessias, insistindo na máxima de que o Minho é um território muito dinâmico economicamente, com uma interdependência secular enorme entre ambas as margens do rio, e com uma fronteira que representa 5% do total de quilómetros entre Portugal e Espanha, mas que assume 50% do tráfico de veículos.
Três testemunhos
“Espanhóis e portugueses estamos todos misturados, involucrados. As autoridades não sabem como se vive nesta zona”, criticou Noélia Salgueiro, residente em Valença e trabalhadora em Tui, que explica que, durante o primeiro confinamento e encerramento de fronteiras, teve de deixar a sua residência em Portugal com o filho mais novo para se instalar na casa dos pais, em Tui, durante um mês e meio, separando-se do resto da família, uma vez que problemas administrativos não lhe permitiam passar o controlo fronteiriço.
Outro dos casos narrados é o da cabeleireira Cecilia Puga, que vive em Arbo e tem o seu salão em Melgaço. Um percurso diário normal de apenas 8 kms transformou-se em centenas de quilómetros com o encerramento de fronteiras, ao ter de passar obrigatoriamente em Valença-Tui. “Só peço que me deixem trabalhar. Que os trabalhadores possam passar pelas travessias habituais. Que ponham mais meios de controlo porque, se eu soubesse disto, nunca teria montado o meu negócio do outro lado”, disse.
Finalmente, Andreia Costa, residente em Ponte de Lima e trabalhadora em Tomiño, expõe que a interdependência de ambas as margens do rio Minho é muito grande e que “o tecido económico que existe nestas vilas da raia está a ser destruído” com o encerramento de fronteiras.
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Imagens: SP
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