José Lopes em ‘Guerra’ de José Oliveira e Marta Ramos
José Lopes e Luís Miguel Cintra numa das cenas do “Guerra” @ D.R.

‘Guerra’ de José Oliveira e Marta Ramos: ’Memórias, Fantasmas e angústias de um ex-combatente’

 

 

A Culturgest, em Lisboa, recebe o filme ‘Guerra’ de José Oliveira e Marta Ramos, hoje, às 21h30. A obra protagonizada por José Lopes é a primeira longa-metragem do casal bracarense. Para saber mais um pouco sobre o filme, a Vila Nova Online resolveu trocar umas palavrinhas com os dois cineastas.

 

Pedro Maia Martins: Para os poucos que não vos conheçam, quem são José Oliveira e Marta Ramos?

José Oliveira: Pessoas que não querem separar o cinema, ou a arte, da vida.

 

Pedro Maia Martins: O “Guerra” será apresentado no DocLisboa nesta semana. Qual é a sinopse do filme?

Marta Ramos: Memórias, fantasmas e angústias de um ex-combatente.

José Oliveira: Um homem em Lisboa, 2017-18-19.

 

Pedro Maia Martins: Numa anterior entrevista com o José Oliveira, falou-me sobre a vossa paixão pelo cinema americano, sobretudo pelas “histórias de redenção num país nascido na violência”. Os filmes sobre os traumas da Guerra do Vietname tiveram alguma influência nesta obra?

José Oliveira: Tiveram na medida em que esses filmes não eram apenas sobre a guerra em causa mas sobre todas as guerras. E ainda sobre problemas mais fundos, eternos, que continuam a afectar o nosso quotidianos, a matar inocentes, e que nos momentos de crise surgem à superfície. Como agora nesta pandemia.

 

Pedro Maia Martins: Infelizmente, o José Lopes não estará cá para assistir à estreia do “Guerra”. Falem-nos um pouco sobre ele.

Marta Ramos: Era um homem bom e livre.

José Oliveira: Um homem generoso, que amou sempre para lá do que se considera razoável.

 

Pedro Maia Martins: Ele era o protagonista. Como conseguiram acabar o filme depois da morte dele?

Marta Ramos: As rodagens já tinham acabado. Houve uma urgência ainda maior de acabar o filme, num luto em luta que teve muito da força que ele deixou no filme.

José Oliveira: O Zé deu tudo na construção do filme, nas filmagens, no trabalho. Sentimos que tínhamos de estar à altura e foi o que tentámos fazer.

Pedro Maia Martins: Têm algum filme planeado para o período “pós-Guerra”? (tanto individuais de cada um, como em conjunto).

Marta Ramos: Este já é um filme do pós-pós-guerra. Temos o desejo de olhar para algumas cenas que excluímos desta guerra, especialmente as filmadas nos Amigos do Minho: A casa, outras canções, outros momentos que incluem amigos que também nos deixaram durantes estes últimos dois ou três anos.

 

Pedro Maia Martins: No caso da Marta, tendo em conta que este meio ainda é dominado por homens, tem havido alguma dificuldade acrescida quanto a fazer cinema?

Marta Ramos: Não há uma dificuldade em fazer… principalmente quando se trabalha no meio de amigos, como tem sido o meu caso. Mas há sempre qualquer coisa latente… uma certa invisibilidade. Acho que só me confrontei com esse tipo de dificuldade quando trabalhei numa equipa profissional.

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