Apesar de todos os acréscimos de segurança, nas vendas online existem sempre riscos a ter em consideração, quer por clientes, quer por comerciantes. Em geral, abordam-se quase sempre estes problemas na ótica do consumidor, raramente se pensando nas consequências a que os retalhistas podem estar sujeitos. No entanto, os comerciantes também podem ser vítimas de fraude nas transações eletrónicas sempre que alguém utiliza, de forma enganadora, um meio de pagamento que não lhe pertence. Neste caso, aliás, as vítimas são duas: o retalhista e o cliente de cuja identidade alguém se apropriou indevidamente. Por isso, a plataforma de pagamentos HiPay e a sua parceira de negócios famalicense, a Swonkie, uma gestora de redes sociais, emitiram uma lista de recomendações destinadas a comerciantes e consumidores online.
Na verdade, não só a pessoa a quem foram roubados os dados no meio de pagamento, mas também o próprio comerciante, pelo facto de ter aceite um meio de pagamento que não pertencia ao seu titular, são lesados. No caso deste último, o mais provável é que tenha de devolver o montante recebido, mesmo já depois de ter prestado o serviço ou enviado o produto.
Antes de escolherem as plataformas de pagamento que vão utilizar no seu negócio devem ter em conta não só os métodos de pagamento disponíveis mas também averiguar se as mesmas têm ferramentas antifraude e qual o funcionamento e grau de fiabilidade das mesmas. É, por isso, indispensável que as empresas disponham de mecanismos de controlo e confirmação de autenticidade dos dados de transação. Essa confirmação pode demorar apenas alguns segundos, desde que a loja online disponha de um sistema antifraude que faça um conjunto de verificações e cruzamento de dados, garantindo assim que quem que está a efetuar a compra corresponde à mesma identidade que está a efetuar o pagamento.
Crise económica e aumento do número de fraudes
O aumento de burlas ou fraudes nas compras online parece estar mais associado a situações de crise económica, e menos ao aumento do volume das compras. Há especialistas em praticar a fraude que o fazem das mais diversas formas, cada uma delas mais criativa que a outra, e também com um nível tecnológico crescentemente sofisticado. Talvez porque muitas pessoas entraram em crise, devido às suas situações profissionais, ou apenas porque têm mais tempo disponível para o efeito, o aumento do número de fraudes nas transações não presenciais parece estar a ser claramente praticado por agentes pouco experientes ou não especialistas.
Embora esta seja uma faceta do negócio de que pouco se fala e esteja muito longe de ser generalizada, a fraude nas transações comerciais existe e é algo a que os comerciantes devem estar atentos. Calcula-se que os números de fraude nas transações comerciais, em Portugal, seja da ordem das centenas anualmente, atingindo todas as plataformas de pagamento.
Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém
Devem, por isso, ser tomadas precauções nos negócios digitais:
– Nunca fazer um pagamento através de uma referência MultiBanco que não tenha sido solicitada por si;
– Tentar verificar o quão fidedigno é o website onde pretendo efetuar a compra (Reviews do Google, Portal da Queixa ou Trustpilot são exemplos de ferramentas disponíveis);
– Tenha atenção aos anúncios de venda de artigos e serviços por particulares. Depois de mostrar interesse e contactar o vendedor, este, sugere muitas vezes que o pagamento seja feito por Refª MB. Se estivermos perante um particular não poderá ter contrato de serviços com uma plataforma de pagamentos Logo, ao pagar através de uma refª MB pode estar a pagar um outro serviço e não o pretendido.
– No caso do MB Way, ter conhecimentos sobre o funcionamento correto deste método antes de o utilizar. Só por falta de conhecimento do utilizador é que é possível efetuarem-se burlas com este método de pagamento. Sabendo desta situação, é frequente a presença de pressão psicológica por parte do burlão para a utilização deste método de pagamento;
– Tenha tenção aos sms recebidos com informação sobre sorteios, referência a empresas de energia ou telecomunicações, ofertas de artigos habitualmente dispendiosos a preços acessíveis. Nunca pagar dívidas que não têm documentação de suporte e, em caso de dúvida, confirmar sempre com a entidade em causa através dos canais legítimos de contacto.
As tentativas de burla ou fraude estão em toda a parte, o que inclui os negócios realizados através da internet. Não devem ser estas a impedir os consumidores de realizarem as suas compras online; mas devem, de qualquer dos modos, estar atentos. Quanto aos comerciantes, devem optar por uma plataforma que disponha das melhores e mais atualizadas ferramentas anti-fraude, só assim podendo ficar certos de que estão a reduzir os riscos de fraude e evitando a devolução de valores cobrados indevidamente, ainda que de forma inadvertida.
Fontes: HiPay, Swonkie; Imagem: Dylan Gillis/Unsplash
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