Enquanto o Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana (TN-CDV) continua encerrado, temos ido à conversa com alguns dos elementos do seu elenco residente. Desta vez, chegou a hora de Alexandre Calçada nos contar um pouco da sua experiência nestes tempos conturbados.
Pedro Maia Martins: Como te apresentas aos nossos leitores?
Alexandre Calçada: Chamo-me Alexandre Calçada, tenho 27 anos e nasci em Faro. Sou formado em Interpretação pela Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Instituto Politécnico do Porto. Comecei a trabalhar com o Teatro do Noroeste em 2018, no espectáculo “A Estalajadeira“, de Carlo Goldoni.
PMM: Estamos a viver numa situação de pandemia. O Teatro Sá de Miranda teve de fechar por uns tempos e a vossa última actuação não tinha público. Como reagiste a isso?
AC: Penso que não existe Teatro sem público. É outra coisa, não sei se tem nome, mas não considero “Teatro”. O Teatro é a partilha entre o público e todos os intervenientes do espectáculo. Por isso se diz que todos os dias é diferente, porque nem o público é o mesmo, nem os actores estão sempre iguais. É este diálogo entre público e actores que o torna único, mágico até, se me é permitido o romantismo.
Assim sendo e respondendo à tua pergunta, é claro que foi estranho representar para uma plateia vazia, mas foi a forma que encontrámos de levar o espectáculo às crianças. Espectáculo esse que trabalhámos durante dois meses para apresentar a mais de sete mil crianças do concelho e que, infelizmente e pelas razões óbvias, foi cancelado.