Isabel Furtado, a presidente da agência de inovação COTEC Portugal, vice-presidente da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal e administradora da TMG Automotive, de Vila Nova de Famalicão, pede ao Governo que adote medidas que tenham em conta os seus efeitos no futuro, face ao cenário de profunda crise em que a pandemia do novo coronavírus parece estar a colocar o país e o mundo, destaca o T-Jornal, a publicação daquela associação especializada no setor têxtil e do vestuário, referindo que esse rogo é dado a conhecer em alargada entrevista da edição de fim-se-semana do jornal Dinheiro Vivo.
Na referida entrevista, que o T-Jornal dá a conhecer em antecipação, a líder da TMG Automotive deixa vários alertas, atendendo a um cenário de paragem industrial prolongada que parece ser inevitável e tendo em vista a recuperação da indústria e a retoma da economia, logo que ultrapassado o combate à propagação da Covid-19.
“Uma paragem industrial extensa é o cenário mais temido e mais provável. A recuperação será tão rápida quanto a nossa capacidade de sobreviver neste período e as medidas que forem tomadas hoje. As medidas que se venham a implementar terão necessariamente de assegurar o futuro de forma estratégica e não de atender ao imediato de forma impulsiva”, sinaliza Isabel Furtado.
Olhar o futuro
Se no imediato, a empresário considera que “não podemos apenas olhar para o que é preciso, temos de nos focar no que se pode fazer e hierarquizar as prioridades”, dado este ser um momento de ““conter e enfrentar serenamente as dificuldades”, é preciso também “antever soluções” uma vez que “a situação das empresas neste momento é muito preocupante porque a capacidade de manter os seus trabalhadores sem escoar produtos já fabricados, sem encomendas, sem vendas de serviços, não é de todo sustentável”.
A empresária deixa claro, que Estado e empresas necessitam desenvolver e rapidamente “implementar ações conjuntas para assegurar a continuidade dos negócios”. Assim, no seu entender, deverão ser adotadas medidas de desburocratização para aplicação dos fundos que hão-de apoiar os setores mais afetados por esta crise e que, em Portugal, com toda a certeza incluirão a Indústria Têxtil e do Vestuário. “Acima de tudo, teremos de desburocratizar radicalmente a concessão, quer ao nível de linhas de crédito quer de fundos estruturais, nomeadamente alterando a regra de executar a despesa primeiro e receber do Estado depois. Esta abordagem já é seguida nos programas geridos a nível central pela Europa e deve ser, por maioria de razão, adotada pelo Estado nestas circunstâncias”, antevê Isabel Furtado.
Mário Machado (presidente da ATP):
‘O que salvará empregos é o apoio imediato ao pagamento de salários’
As declarações de Isabel Furtado seguem-se às do presidente da ATP, Mário Machado – administrador da Estamparia Adalberto, de Santo Tirso -, deixadas também como introdução a um futuro artigo de Opinião no T-Jornal, na mesma publicação alguns dias antes: “O que salvará empregos é o apoio imediato ao pagamento de salários”.
Na ocasião, Mário Machado fez contas a um cenário de 1,3 milhões de trabalhadores com o custo médio de 750 euros por mês durante três meses. Estes números totalizariam 3.000 milhões de euros. Num quadro generalizado de insolvências, poderão ser mais de 500 mil os desempregados. Supondo que grande parte deles estará a usufruir de subsídio de desemprego durante um ano, facilmente aquele valor ultrapassará os 4.500 milhões de euros, a esse valor se somando ainda a quebra de receitas fiscais geradas pelas empresas e os custos associados a todos os problemas sociais conexos.
“O Governo não deve ter dilemas, as empresas que não têm trabalho para os seus colaboradores precisam de auxílio para pagar os salários desde já, porque o custo económico, financeiro e social é muito inferior àquele que teremos de suportar ser for mantida a atual versão da lei simplificada do lay off”, concluiu.
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Obs: Em atualização.
Fontes: T-Jornal, Dinheiro Vivo
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