No dia 8 de março, o segundo domingo de Quaresma, o calendário litúrgico cristão assinala a transfiguração de Jesus. Na transfiguração, Jesus manifestou-se na sua comunhão com Deus. Os discípulos que a testemunharam – Pedro, Tiago e João – compreenderam a verdadeira identidade de Jesus.
Os discípulos já tinham percebido que Jesus era o Messias libertador anunciado no Antigo Testamento e que Israel tanto aguardava, mas ainda acreditavam que a missão messiânica de Jesus ia ser concretizada num triunfo sobre o Império Romano, a maior potência mundial da época, que também dominava o território de Israel.
Com a transfiguração, mostra que que o seu projeto messiânico não se vai concretizar em triunfos humanos, mas no amor e no dom da vida, até às últimas consequências, culminando na cruz.
Na transfiguração, manifesta-se a glória de Jesus e atesta-se que ele é o manifestante amado de Deus e de que o projeto que apresenta a Israel e à Humanidade em geral é um projeto que vem de Deus.
Um projeto que visa a libertação e a felicidade plenas da pessoa humana, que nos impele cada um de nós a valorizar a sua filiação e centelha divinas.
De ponto de vista literário, a narração da transfiguração é uma teofonia, isto é, uma manifestação de Deus. Com efeito, nos relatos dos Evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas, os autores colocam no contexto da transfiguração todos os componentes das manifestações divinas associadas à mundividência judaica: o monte, as aparições, as vestes brilhantes, a nuvem, a voz provinda do céu, o temor e a perturbação daqueles que testemunham o encontro com o Divino. Todas estas componentes aparecem nos relatos das teofonias no Antigo Testamento.
De ponto de vista esotérico, a transfiguração retrata uma das grandes etapas do processo iniciático de iluminação de Jesus. Com efeito, pode ser entendida como a terceira das cinco grandes iniciações espirituais de Jesus (as outras quatro são o nascimento, o batismo, a ressurreição e a ascensão). A transfiguração retrata uma das grandes etapas do processo iniciático de iluminação de Jesus.
O relato menciona que a transfiguração ocorre num monte, o que significa uma elevação do estado de consciência.
Nessa ocasião, os mensageiros divinos anteriores a Jesus estão presentes e participam desse momento de glória. Estes mensageiros estão representados por Moisés e Elias, os dois principais profetas do Antigo Testamento.
O facto da transfiguração ter ocorrido no alto de um monte (provavelmente o monte Tabor, na Galileia) tem um elevado significado espiritual.
Representa o ponto no qual a natureza humana se encontra com o Divino, o encontro entre o temporal e o eterno, entre a matéria e o espírito, a terra e o céu.
A transfiguração de Jesus ajuda-nos a redescobrir a nossa essência mais profunda. Cada um de nós é um ser espiritual que vive uma experiência humana. Saber reconhecer a nossa essência e permitir que o amor com que esta se expressa é a coisa mais relevante que temos a desenvolver neste mundo manifesto. Tudo o resto virá por acréscimo, conforme dizia Jesus.
A vida é uma grande aventura que não nos dá descanso, até à transfiguração de cada um de nós e de toda a Criação.
Neste sentido, ecoa em cada momento da nossa existência aquele apelo expressado pela Voz Divina que se ouve a partir da nuvem, segundo a passagem evangélica da transfiguração de Jesus.
No alto da montanha como no interior do nosso ser, podemos experimentar como é bom estar perto da Luz Infinita. Como a Presença Divina amorosa, próxima e terna gera, cura e renova toda a vida.
1ª Página. Clique aqui e veja tudo o que temos para lhe oferecer.
Imagem: Giovanni Bellini
VILA NOVA, o seu diário digital. Conte connosco, nós contamos consigo.
Se chegou até aqui é porque provavelmente aprecia o trabalho que estamos a desenvolver.
A VILA NOVA é cidadania e serviço público.
Diário digital generalista de âmbito regional, a VILA NOVA é gratuita para os leitores e sempre será.
No entanto, a VILA NOVA tem custos, entre os quais a manutenção e renovação de equipamento, despesas de representação, transportes e telecomunicações, alojamento de páginas na rede, taxas específicas da atividade.
Para lá disso, a VILA NOVA pretende produzir e distribuir cada vez mais e melhor informação, com independência e com a diversidade de opiniões própria de uma sociedade aberta.
Como contribuir e apoiar a VILA NOVA?
Se considera válido o trabalho realizado, não deixe de efetuar o seu simbólico contributo sob a forma de donativo através de mbway, netbanking, multibanco ou paypal.
MBWay: 919983484
NiB: 0065 0922 00017890002 91
IBAN: PT 50 0065 0922 00017890002 91
BIC/SWIFT: BESZ PT PL
Paypal: pedrocosta@vilanovaonline.pt
Envie-nos os deus dados e na volta do correio receberá o respetivo recibo para efeitos fiscais ou outros.
Gratos pela sua colaboração.