Mais de 30 anos depois da sua primeira exposição na Casa de Serralves, Paula Rego, uma das maiores pintoras do nosso tempo, regressa hoje, 25 de outubro, com a exposição monográfica Paula Rego. O Grito da Imaginação. O ponto de partida da mostra é o núcleo de obras da artista na Coleção de Serralves, realizadas entre 1975 e 2004.
A exposição habita a Casa de Serralves e reúne trabalhos representativos de vários períodos da obra desta relevante artista, que definiu um novo paradigma na pintura portuguesa contemporânea e cujo legado irá sobreviver ao tempo, ilustrado visualmente em pastel, carvão e tinta a óleo.
“Paula Rego. O Grito da Imaginação” integra obras pertencentes à Coleção de Serralves, uma série de gravuras, “Pendle Witches” (1996) e um tríptico, “Shakespeare’s Room” (2006), do espólio da Casa das Histórias Paula Rego e propriedade da Câmara Municipal de Cascais, num total de 35 peças.
O pano de fundo desta mostra incide sobre a capacidade da arte, na sua vertente figurativa, revelar universos onde a surpresa e o espanto se ancoram nos mais básicos e fundamentais anseios da sociedade contemporânea – do papel da mulher nesse universo à capacidade da arte questionar o quotidiano e a realidade social distorcida.
Conhecida por ser muito ciosa da sua privacidade, Paula Rego integrou na sua vida e na sua arte momentos de luta contra a ditadura, a misoginia e a depressão. Nascida em Portugal, um país sobre o qual o pai lhe disse não ser bom para as mulheres, usou as suas imagens poderosas como uma arma contra a ditadura antes de se estabelecer em Londres, onde continuou a abordar questões sobre a situação da mulher como o direito ao aborto. Acima de tudo, as suas pinturas são um vislumbre críptico sobre um mundo íntimo de tragédia pessoal, fantasias perversas e verdades constrangedoras. Esta é a terceira exposição dedicada a Paula Rego, uma revisitação sempre surpreendente, depois das mostras de 1988 e de 2004. Com uma extraordinária arte de hibridação de diferentes universos, justapondo arte erudita e popular, quotidiano e excecionalidade, histórias que ouve e ficções que elabora, crueldade e bondade, normas e tabus, Paula Rego dá corpo à memória e à critica dos tempos que marcam o tempo das suas obras.
A exposição é organizada pela Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea e comissariada por Marta Almeida. A exposição estará patente ao público até 8 de março do próximo ano. Ao longo desse período, poderá agendar visitas guiadas, mas também assistir ao filme que Nick Willing realizou sobre a autora, ‘Paula Rego: Histórias e Segredos’.
Fonte e Imagens: Serralves
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