Saúde | Portugal regista 1.700 casos de Tuberculose, mas ainda morrem 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo

 

 

O relatório anual da tuberculose da Organização Mundial de Saúde (OMS), relativo a 2018, revelou o maior número de sempre de pessoas a receber tratamento para a doença – sete milhões. Porém, no mesmo ano, a infeção mais mortal do mundo foi responsável pela morte de 1,5 milhões de pessoas, acaba de divulgar o Jornal Médico.

Divulgado anteontem, 17 de outubro, o documento compara estes dados do ano passado com 2017: em 2018 houve mais 600 mil pessoas com tuberculose a serem tratadas, sobretudo pela maior facilidade na deteção e diagnóstico da doença, e menos pessoas a serem vitimadas mortalmente.

Por sua vez, a incidência em Portugal, em 2018, foi de 1703 novos casos de tuberculose. A taxa de incidência foi de 15,4 por 100 mil habitantes, valor inferior ao registado em 2017 – 17,5 casos por cada cem mil habitantes -, enquanto na UE não vai além dos 10,7 por cada cem mil, de acordo com dados revelados pelo Público, em março passado, referentes a 2017. “Ainda tínhamos e temos uma percentagem significativa de pessoas mais velhas com a infeção latente”, explicou, na altura, a Direção Geral de Saúde.

Ao longo dos últimos anos, a tendência tem sido a redução do número de novos casos de tuberculose. Ainda assim, segundo a OMS, no ano passado afetou 10 milhões de pessoas, das quais um terço não reportou nem recebeu tratamento. Assinale-se que a vacinação – BCG – é uma das formas mais eficazes de prevenção da doença, em particular nas suas formas mais graves.

Os grupos mais afetados são os das populações com menores rendimentos e aqueles em situações mais vulneráveis, incluindo as pessoas infetadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), para as quais a tuberculose é a principal causa de morte.

De acordo com o relatório, a fragilidade das estruturas sanitárias e dos sistemas de notificação de vários países são os problemas que mais dificultam o diagnóstico a tempo e a adoção de tratamentos adequados – essenciais para alcançar a meta de eliminar a tuberculose até 2030. Para o conseguir seria indispensável uma redução da taxa de incidência superior a 10% anuais, o que não tem vindo a ser atingido.

Os países onde a incidência foi maior em 2018 foram Bangladesh, China, Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e África do Sul. No entanto, outros países com elevado registo de casos, como o Brasil, a China, a Rússia e o Zimbábue, conseguiram níveis de tratamento de mais de 80% dos casos.

Entre os maiores obstáculos ao objetivo de eliminar a doença até 2030, estão a resistência aos medicamentos e o défice crónico do financiamento à prevenção e tratamento – este ano estimado em cerca de três mil milhões de euros. Por forma a contorná-los, a OMS propõe a mudança de tratamento da doença para regimes orais, mais seguros e eficientes, e o reforço do Fundo Global destinado ao tratamento da tuberculose, o qual já angariou 800 milhões de euros este ano.

A ONU já tinha reunido, de forma inédita, em setembro do ano passado, chefes de Estado e de Governo para definir estratégias globais para acabar com a tuberculose. As recomendações também passavam pela necessidade de tornar os serviços de saúde acessíveis a todos, destacando as crianças, uma vez que metade delas não tem acesso a cuidados de qualidade e apenas um quarto dos casos em menores de 5 anos recebeu tratamento preventivo.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, reforça esta noção: “o progresso sustentado da tuberculose vai exigir a existência de sistemas de saúde fortes e um melhor acesso aos serviços. Isso significa mais investimento nos cuidados primários e um compromisso para a cobertura universal”.

Fontes: Jornal Médico, Público; Imagem: Elizabeth Libby White

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