O agrupamento vocal Cupertinos, estabelecido em 2009 pela Fundação Cupertino de Miranda, de Vila Nova de Famalicão, acaba de vencer o prémio “Gramophone Classical Music Award 2019”, na categoria “Música Antiga”, com o disco Manuel Cardoso – Requiem, Lamentações, Magficat & Motetes, gravado sob o selo da distinta Hyperion. Desta forma, os Cupertinos afirmam-se como verdadeiro embaixador da Polifonia Portuguesa.
Sob a direção musical de Luís Toscano, o agrupamento coral, que tem vindo a divulgar Música Antiga portuguesa desde há anos em múltiplos concertos um pouco por todo o país, mas também no estrangeiro, tem como propósito recuperar, estudar e divulgar o vastíssimo e ainda largamente por desvendar património musical português dos séculos XVI e XVII.
Numa abordagem performativa sem precedentes, através de um estudo exaustivo que permite um conhecimento cada vez mais profundo das obras, vários destes inéditos têm sido transcritos, a partir das fontes originais, com a participação ativa dos próprios membros dos Cupertinos e do musicólogo José Abreu.
Um som fresco de carácter arrojado, com uma essência distintamente portuguesa nas entusiásticas interpretações de paixão ibérica, são a reconhecida marca das apresentações públicas dos Cupertinos. Com uma média anual de duas dezenas de concertos, os Cupertinos apresentaram já cerca de duzentas e cinquenta obras de compositores como Duarte Lobo (c1565-1646), Manuel Cardoso (1566-1650) ou Pedro de Cristo (c1550-1618), incluindo mais de cem estreias modernas.
Primeiro disco dos Cupertinos distinguido com prémio de referência mundial
O seu primeiro trabalho discográfico, com um belíssimo trabalho gráfico que valoriza o conteúdo do disco, foi gravado na Basílica do Bom Jesus do Monte – Braga, em parceria com a prestigiada editora Hyperion, com obras do compositor Manuel Cardoso, apresentando uma cuidada seleção de algumas das mais marcantes obras de um dos incontestados expoentes da História da Música Portuguesa.
A distinção agora alcançada, materializada na conquista do “Gramophone Classical Music Award 2019”, na categoria “Música Antiga”, permite que os Cupertinos alcancem um patamar e um reconhecimento inédito em Portugal.
Lembrando a inclinação de Manuel Cardoso por “toques cromáticos”, a recensão crítica de Fabrice Fitch, publicada na Gramophone logo no início de 2019, começa por recordar que o trabalho do compositor é praticamente desconhecido uma vez que até aqui poucas gravações existiam, nomeadamente as dos The Tallis Schoolars, The Sixteen e Ensemble Vocal Européen. “Esta é a primeira gravação dos Cupertinos para a Hyperion e é um prazer ter um conjunto português para enfrentar o seu repertório nativo. O som é brilhante e privilegia as vozes mais altas, as mais baixas sendo barítonos leves em vez de baixos. O timbre das altos femininas, especialmente nos seus registos mais baixos, não é familiar de outros conjuntos continentais ou ingleses. Isso pode resultar num toque mais polido, embora não se queira perder a qualidade levemente acidulada, pois acrescenta algo distintivo à mistura’.
A par da prossecução da atividade regular pelo nosso país, inicia-se, agora, uma nova etapa na missão dos Cupertinos em prol da disseminação internacional do nosso extraordinário legado musical.
Imagens: (0) FCM, (1) Gramophone
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