Falta menos de um mês para as cidades do projeto de cooperação intermunicipal Quadrilátero – Barcelos (em estreia), Braga, Guimarães e Vila Nova de Famalicão – receberem o mais relevante festival de circo contemporâneo do país, o Vaudeville Rendez-Vous – que regressa entre 24 e 27 de julho. Serão apresentadas um total de nove estreias – seis estreias nacionais e três estreias absolutas, sendo que todos os espetáculos são de entrada gratuita.
Criado e organizado pelo Teatro da Didascália, o evento, que em 2019 conta com um total de nove estreias – seis estreias nacionais e três estreias absolutas, com entrada gratuita -, afirma, mais uma vez, o seu compromisso de valorização e projeção do circo contemporâneo. É a partir da força regional que o festival pretende dinamizar a internacionalização da cultura e dos artistas portugueses, através das redes europeias que o festival integra – CircusNext e Circostrada.
O certame, que começou em Famalicão há seis anos, e se entretanto se alargou a Guimarães e Braga, chega este ano a Barcelos. Mas nem só de malabarismos e acrobacias vive o Vaudeville Rendez-Vous, uma vez também está previsto um Laboratório de Criação para Circo Contemporâneo destinado a estudantes e profissionais de artes performativas, dirigido por Roberto Magro. Haverá ainda oficinas de acrobacia aérea, manipulação de objetos e de equilíbrio, um showcase para programadores e agentes artísticos e um debate sobre as redes de cooperação artística.
Festival abre as suas portas em Barcelos
A celebrar a sua estreia no Festival, Barcelos recebe o primeiro espetáculo desta sexta edição. “A Simple Space“, dos Gravity & Other Myths – agendado para o dia 24 de julho, às 22h00, no Largo da Porta Nova –, é uma das seis estreias nacionais que vão marcar o evento, sendo a primeira vez que o festival conta com a participação de uma companhia australiana. Sete acrobatas executam uma performance “crua, frenética e delicada”, apresentada de forma intimista. O espetáculo vai ser, também, apresentado no dia 26 de julho, às 22h00, em Guimarães.
Estreias nacionais invadem Vaudeville
Além da proposta do grupo australiano, o norte do país vai ser palco, ainda, de mais cinco estreias nacionais. Do Reino Unido a proposta é de Gandini Juggling, com a peça “SIGMA”, que traz até Braga, na Praça do Município, e Guimarães, no Largo Condessa do Juncal – no dia 25 de julho, às 22h00; e no dia 27, às 22h00 – a combinação da música e dança clássica indiana Bharatanatyam com o malabarismo do circo contemporâneo e a narrativa. O espetáculo junta malabaristas indianos e ingleses, uma mistura cultural que “contraria” o Brexit.
Conciliando dança, circo, teatro e performance, Joan Català, de Barcelona, apresenta, pela primeira vez em Portugal, “Pelat”, projeto que promove uma interação única com o público. A peça vai estrear-se em Portugal no dia 25 de julho, às 19h00, em Vila Nova de Famalicão, e será ainda apresentada, em Guimarães, no dia 26, e em Barcelos, dia 27, ambos os espetáculos às 19h00.
“Três cabeças quentes celebram a liberdade com um fundo de música rock”, num espetáculo que liga a polimórfica e multidisciplinar cultura underground do circo dos anos 60 e 70. É esta a proposta do grupo francês Cirque Exalté. O espetáculo “Furieuse Tendresse” estreia-se no dia 25 de julho, em Vila Nova de Famalicão, às 22h00. No dia 26, pode ser visto em Barcelos, às 22h00; e no dia 27, às 19h00, em, Braga.
Ainda de destacar, no âmbito das estreias nacionais, a dança acrobática “Zoog”, de Amir and Hemda, que representa o amor e o ódio numa relação, assim como a rotina e os altos e baixos de uma história íntima. A estreia nacional está agendada para o dia 25 de julho, em Guimarães, às 19h00. O espetáculo vai estar, ainda, nos restantes municípios – Barcelos, dia 26, às 19h00; no dia 27, em Braga, às 11h00, e Vila Nova de Famalicão, às 19h00. Ainda a marcar o fim de semana, o grupo francês La Contrabande traz até Portugal, em estreia, o espetáculo “Bal Trap”, onde seis acrobatas “jogam um jogo com regras que nem sempre devem ser seguidas”. O grupo vai estar na cidade de Braga, dia 26, às 22h00; e em Famalicão, dia 27, às 22h00.
Três coproduções em destaque
Este ano, o festival conta com três estreias absolutas, que resultam de três coproduções. A marcar o seu eixo de Inovação Artística, o Festival Vaudeville coproduz a peça “Angustus“, do francês Jonathan Frau e do português Jorge Lix. A estreia está marcada para dia 26 de julho, em Vila Nova de Famalicão, às 19h00, e será apresentada ainda no dia 27, em Guimarães, às 11h00.
O festival é ainda palco da apresentação da criação coletiva do Instituto Nacional de Artes do Circo (INAC). Com direção de Roberto Magro, os alunos da primeira instituição de ensino do norte do país apresentam a sua criação “Before The Rain“, no dia 25 de julho, às 22h00, em Guimarães. Dia 27 de julho, às 22h00, poderá ser visto em Braga.
Por outro lado, Elvis Mendes – vencedor da primeira bolsa de criação Vaudeville Rendez-Vous, em parceria com o Instituto Nacional de Artes do Circo (INAC) –, apresenta “A Fábrica da Mentira“, no dia 25 de julho, às 22h00, em Barcelos, sendo que a performance pode também ser vista em Famalicão, no dia 26, à mesma hora.
“Barriga de Baleia” é palco de acrobacias
Uma plataforma de madeira transforma-se numa catapulta, num berço de balanço suave, num túnel ou num escorrega onde os intérpretes do “Belly of the Whale” “surfam” nessa gangorra gigante semicircular. O espetáculo da companhia inglesa Ockham’s Razor traz até à cidade de Braga e de Famalicão – dia 25, às 19h00, e dia 27, às 11h00, respetivamente –, a questão “o que acontece quando nos confrontamos com os nossos medos”?
Propostas nacionais: “Um belo dia” e o “Chá das Cinco”
“Quatro amigas e mais uma que não chega bebem chá num ambiente pouco pacífico”. É assim que o grupo Coração nas Mãos apresenta a sua performance “Chá das Cinco”, no dia 25 de julho, às 19h00, no Largo da Porta Nova, em Barcelos. O espetáculo pode ser visto, ainda, no dia 26, em Braga, e 27, em Guimarães, à mesma hora.
A portuguesa Dulce Duca propõe “Um belo dia”, um espetáculo sem narrativa, baseado nas memórias do autor, que coloca a artista no centro do palco a representar emoções. A peça será apresentada em Barcelos, no dia 27 de julho, às 11h00.
Atividades paralelas aos espetáculos
Dirigido a estudantes e profissionais de artes performativas, o Laboratório de Criação para Circo Contemporâneo – orientado pelo reputado diretor circense Roberto Magro – ajudará a desmontar alguns conceitos associados à criação circense. O workshop vai decorrer entre os dias 22 e 24 de julho, das 9h00 e as 11h00, no INAC, em Vila Nova de Famalicão. Para toda a família, o Vaudeville propõe nas quatro cidades a participação em três oficinas dedicadas à acrobacia aérea, manipulação de objetos e equilíbrio, onde será possível experimentar alguns dos movimentos associados ao circo contemporâneo.
Debate sobre a cooperação artística e showcase
Tal como nas edições anteriores, o festival volta ainda a apostar num “Showcase” – no dia 26 de julho, às 11h00, no Theatro Gil Vicente, em Barcelos – que permite aos criadores emergentes apresentarem os seus projetos aos programadores que marcam presença no Vaudeville Rendez-Vous.
No dia seguinte, 27, às 16h00, será a ocasião de pensar a estruturação de uma rede nacional forte que se projete coerentemente e de forma articulada a nível internacional. É este o mote do debate “Redes de cooperação artística, do micro ao macro”, promovido pelo Vaudeville Rendez-Vous, em Vila Nova de Famalicão.
Vaudeville Rendez-Vous, o mais influente festival de circo contemporâneo em Portugal
O Vaudeville Rendez-Vous – reconhecido pelo júri internacional do Europe For Festivals/Festivals For Europe, com o selo EFFE Label 2019-2020 – tem como missão a sensibilização da comunidade para as artes circenses e a formação de novos públicos. Na sua última edição, em 2018, aquele que é considerado o mais influente festival de circo contemporâneo do país reuniu mais de 15 mil pessoas em Braga, Guimarães e Vila Nova de Famalicão e contou com mais de 60 artistas portugueses e internacionais.
Sucesso entre o público, em 2018, os espectadores rondaram as 15.000 pessoas que assistiram ao festival, e este ano espera-se ainda mais público, já que conta com mais uma cidade. O Festival Vaudeville Rendez Vous tem um orçamento de 190 mil euros, e é comparticipado pelos quatro municípios e pela Direção Geral das Artes e Cultura, bem como é cofinanciado pelo Programa Operacional Regional do Norte, Norte 2020, através do Portugal 2020 e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
Obs: Artigo editado em 10072019, 11:28 – Imagem de destaque alterada.
Imagens: (0) La Contrebande, 6, 7) Vaudeville Rendez-Vous, (1) Gravity & Other Myths, (2) La Contrebande, (3) Marta Marques / A Fábrica da Mentira, (4) André Marques / Coração nas Mãos (5) Begoña Pé / Vaudeville Rendez-Vous
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