Inovação | Penso inteligente para cicatrizar feridas

 

 

O Grupo de Investigação 3B’s da Universidade do Minho está a criar um penso inteligente, uma inovação no tratamento de lesões de pele. Com baseado em hidrogéis, mantém a humidade para uma cicatrização ativa e consegue libertar biomoléculas adaptadas à ferida do paciente. O projeto, liderado por Rui L. Reis, investigador de engenharia de tecidos e medicina regenerativa da Universidade do Minho, acaba de ver atribuída uma prestigiadas bolsa de investigação no valor de 150 mil euros do Conselho Europeu de Investigação (ERC), no pilar que promove a excelência científica na Comissão Europeia, com o fim de apoiar a entrada daquela inovação no mercado do tratamento das feridas, a qual pode ter impacto na vida de milhões de pessoas.

 

 

As feridas na pele são um problema social e económico significativo, associado a uma permanente necessidade de tratamento. A maioria dos adesivos e pensos disponíveis no mercado tem sido muito útil na gestão do tratamento de feridas, mas não tem conseguido um efeito direto na progressão da cicatrização. O novo “Patch” proposto pretende melhorar substancialmente o tratamento das lesões cutâneas durante o tempo de cura, graças a um “efeito dinâmico e cooperativo” da tecnologia, permitindo benefícios na qualidade de vida do doente, na funcionalidade da nova pele, bem como na redução de custos no sistema de saúde.

A bolsa de “prova de conceito” (Proof of Concept) é até agora apenas a décima atribuída a investigadores portugueses, num total de 905 cientistas europeus distinguidos desde que foi lançada em 2011. Trata-se de uma verba adicional exclusiva para bolseiros do ERC, ou seja, aqueles que têm projetos científicos em desenvolvimento com maior prestígio na Europa. Esta bolsa permitirá assim garantir a propriedade intelectual dos resultados obtidos e apontar estratégias para o mercado.

‘Patched’ capta Proof of Concept

Rui L. Reis e o seu Grupo 3B’s (Instituto de Investigação em Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos) têm vindo a conseguir captar projetos altamente competitivos numa grande variedade de tipologias, aliando a excelência científica a inovação e criatividade. Agora concorreu à “prova de conceito” com o “Patched“, recebendo o valor máximo desta bolsa. Mas, em 2012, estes investigadores haviam ganho uma bolsa avançada no valor de 2,35 milhões de euros com o projeto “ComplexiTE“.

O montante atribuído permitirá, até final de 2020, produzir um protótipo do penso adesivo inovador à base de fibras de hidrogel, capaz de libertar na pele diversas biomoléculas, em alturas controladas, garantindo uma melhor e mais eficiente recuperação das feridas, afirma Rui Reis. “Ao personalizar a composição, tamanho e forma dos componentes, conseguir-se-á uma libertação de biomoléculas nos diferentes microambientes de cicatrização, melhorando a regeneração das feridas e a ação do penso durante o período de cicatrização da lesão”, explica o também vice-reitor para a Investigação e Inovação da UMinho. A ideia é, no final do projeto, facilitar a criação de oportunidades de negócio, com a criação de uma startup e o seu financiamento para levar o produto ao mercado, tornando o projeto mais apelativo a potenciais investidores.

“De um projeto de investigação na fronteira do conhecimento, de índole bastante fundamental (no âmbito do ERC AdG ComplexiTE), resultou uma nova tecnologia com interesse clínico. Este PoC irá permitir avançar com uma aplicação que pode ter bastante impacto no tratamento e cicatrização de feridas da pele, através da libertação de diversas biomoléculas, em alturas controladas, que irão permitir uma melhor e mais eficiente recuperação de feridas”, sustenta o diretor do projeto Rui L. Reis.

Sobre a relevância desta bolsa ERC Proof of Concept, Rui L. Reis declarou tratar-se de “uma bolsa bastante prestigiada, muito poucas vezes atribuída a investigadores a trabalhar em Portugal, sendo o primeiro ERC PoC da UMinho”.

 

Imagens: (0) UMinho, (1) CV

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