O primeiro-ministro António Costa e dirigente máximo do Partido Socialista afirmou ontem, entrevista à SIC, conduzida pela jornalista Anabela Neves, que tem mantido um quadro de diálogo produtivo com o PAN (Pessoas-Animais-Natureza), que já viabilizou todos os orçamentos, e admitiu que as relações possam estreitar-se na próxima legislatura, caso volte a formar Governo.
Esta posição foi expressa por António Costa depois de questionado se encara a possibilidade de integrar num futuro acordo parlamentar de Governo o PAN, partido que elegeu um eurodeputado nas eleições europeias de domingo e se espera poder aumentar o seu grupo parlamentar nas eleições de 5 de outubro próximo.
“Nada obsta em sentido contrário. Nestes três anos e meio, temos tido uma excelente relação com o PAN. Reparem que o PAN nunca votou contra as propostas do Governo de Orçamento do Estado nesta legislatura – e em alguns casos creio que até votou a favor”, respondeu o líder do executivo.
Ainda sobre este cenário de integrar o PAN como eventual parceiro de uma maioria parlamentar de suporte ao Governo, António Costa referiu que, apesar de não haver qualquer posição conjunta assinada com o partido do deputado André Silva, “tem havido sempre negociações” com esta força política ao longo da presente legislatura.
“Tem havido uma relação de grande proximidade com o PAN e de boa colaboração – relação que pode continuar e estreitar-se”, frisou.
Em função dos últimos resultados eleitorais, bem como projeções de voto publicadas pouco depois de conhecidos os mesmos, que permitem ao partido sonhar com voos mais alto, o próprio PAN admitiu esta possibilidade, em declarações de André Silva à SIC. “Um partido político serve para ocupar uma posição de poder ou para influenciar o poder. E esse é o papel do PAN neste momento, como os portugueses têm visto ao longo destes quatro anos. E é aquilo que queremos continuar a fazer, com mais força e mais expressão”. O PAN mostra assim estar interessado em “influenciar quem está no poder, quem ganha as eleições… Num registo de Geringonça, nunca num registo de Governo“, disse.
Nesta entrevista, António Costa manifesta a vontade de continuar a ter boas relações com os seus atuais parceiros políticos. António Costa manteve a sua tese de que a atual solução governativa tem como qualidade central o facto de os quatro partidos que a integram [PS, BE, PCP e PEV] “terem uma relação mais de complementaridade entre si e menos de competição entre si”. voltou a considerar muito pouco provável um cenário em que elementos do Bloco de Esquerda ou do PCP entrem num futuro Governo.
“Aquilo em que conseguimos convergir tem sido suficiente para uma muito boa amizade, mas é insuficiente para termos um bom casamento. As pessoas costumam dizer que não vale a pena estragar uma boa amizade com um namoro malsucedido. Aqui, também é um caso assim”, completou.
Nesta entrevista, no plano europeu, António Costa traçou como sua principal prioridade a eleição do socialista holandês Frans Timmermans para a presidência da Comissão Europeia, considerando, em contrapartida, que o alemão do PPE (Partido Popular Europeu) Manfred Weber não tem condições para reunir esse consenso.
“Manifestamente, acho que o candidato do PPE, Manfred Weber, não tem condições, até porque tem uma rejeição quase absoluta no Conselho [Europeu] – e no Parlamento Europeu também é de todos os candidatos o que gera maior hostilidade. Frans Timmermans tem várias qualidades que o ajudam a que possa ser um bom candidato de consenso”, contrapôs. “Sendo um socialista, tem uma boa relação com todas as outras famílias políticas”, acrescendando ainda que “tem desempenhado um papel fundamental na defesa dos valores europeus, relativamente aos avanços da extrema-direita”.
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