Catarina Martins participou ontem, 4 de maio, num almoço, em Vila Nova de Famalicão, onde reafirmou os compromissos do Bloco de Esquerda para esta legislatura manifestando a sua vontade de que eles sejam atingidos até ao fim. Assim, sobre a eventual possibilidade de demissão de António Costa ontem admitida devido ao acordo entre as diversas forças políticas da Assembleia da República em torno da ‘questão dos professores’, refere o Esquerda.net que Catarina Martins enfatizou não haver “nenhum sentido [em] que o Governo crie instabilidade por uma medida que custa zero euros no orçamento de 2019”, pelo que considerou irresponsável desistir por isso de um caminho que deixa por cumprir medidas consideradas importantes.
O Bloco de Esquerda agiu com coerência e lealdade em relação aos compromissos que assumiu, como aliás António Costa reconheceu na sua tomada de posição em relação ao desafio lançado ao Governo. Este foi o ponto de partida de Catarina Martins para justificar a posição assumida pelo partido na questão da contagem integral do tempo de serviço dos professores.
A coordenadora do Bloco não deixou de notar a profusão de números, da ordem dos muitos milhões, “atirados para as televisões” a propósito do custo desta medida: “Fala-se de milhões, de centenas de milhões, de milhares de milhões de euros.” E esclareceu do seguinte modo: “Não há nenhuns milhões, muito menos centenas de milhões, ou milhares de milhões em jogo neste momento”. Até porque, “em Portugal, não é nunca quando falamos de trabalhadores que ouvimos falar de milhares de milhões de euros ou de centenas de milhões de euros.”
Recordou por isso outros milhões, lembrando “os 13 mil milhões de euros que os bancos levaram em cinco anos”, bem como os “450 milhões de euros” que “o Governo dizia que o Novo Banco ia custar” este ano.
Catarina Martins aproveitou assim para contrastar estes milhões com os “zero euros” que a medida, votada em comissão parlamentar sobre a reposição da contagem do tempo de serviço dos professores, custará no Orçamento de Estado em 2019. E acrescentou, desdramatizando o tema: “O compromisso futuro é exatamente igual àquele que o Governo tinha prometido que faria”. Para a dirigente do Bloco de Esquerda, “o que é diferente é que se dá ao próximo Governo a possibilidade de continuar um percurso de recuperação de reconhecimento de carreiras”.
Daí que Catarina Martins se sinta desiludida e se manifeste contra aquilo que considera ser uma precipitação de António Costa e do Governo. “Não tem nenhum sentido que o Governo crie instabilidade por uma medida que custa zero euros no Orçamento de 2019, por uma medida que o que garante é o mesmo que o Governo já tinha prometido fazer e o que faz é abrir uma porta a futuras negociações que permitam continuar o caminho de respeitar quem trabalha”.
Eventual demissão equivale a desistir do essencial
Em Famalicão, a líder do Bloco, Catarina Martins, reafirmou a sua mensagem de compromisso para com os seus eleitores e os partidos de Esquerda para esta legislatura Assim, avalia ser “irresponsável desistir”de um conjunto de “leis essenciais para a vida das pessoas”, exemplificando com uma série de interrogações que deixa no ar para cada um responder:
“Vamos nós agora desistir de um estatuto para os cuidadores informais? Vamos nós agora desistir de dar condições aos trabalhadores por turnos, aos trabalhadores do trabalho noturno? Vamos nós agora desistir de continuar um caminho que respeite as longas carreiras contributivas?Vamos nós agora desistir de lutar pelo direito à habitação? Vamos nós agora desistir de salvar o Serviço Nacional de Saúde?”
Neste encontro, que contou com a presença de cerca de 120 militantes e simpatizantes do partido, intervieram igualmente Marisa Matias, a candidata cabeça-de-lista do Bloco ao Parlamento Europeu, e Ana Rute Marcelino, famalicense que igualmente integra as listas às eleições europeias.
Imagem: Paula Nunes
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