“Podemos conhecer uma cidade através de filmes, fotografias, cartazes ou outras plataformas, mas só a conhecemos verdadeiramente se a sentirmos, se a vivenciarmos”. Esta frase de um filósofo belga não identificado serve de mote para a reflexão que José Santos Novais, presidente da Concelhia e Vereador do Partido Social Democrata pretende, em nome do seu partido, seja feita sobre o projeto de requalificação da Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, e sua envolvente que o Município de Barcelos pretende lançar na zona e na sua envolvente, área de grande relevância na vida da cidade.
Nesse sentido, o PSD – Barcelos considera ser relevante “estudar e respeitar todo o trabalho desenvolvido [em termos históricos], no sentido de manter viva a identidade da cidade e promover as políticas ligadas à requalificação e reabilitação urbana que melhor garantam a compatibilização da modernidade com o caráter, a história e a ideia consolidada de uma cidade a caminho dos seus 100 anos”.
Salientando que o centro histórico das cidades é a base da cidade atual, lembra que “mesmo que se considere que a Avenida dos Combatentes não integra o núcleo central histórico de Barcelos é unanimemente aceite que é uma via estruturante, central e de grande relevância para a vida dos barcelenses”.
Salientando focos de preocupação e pontos de discordância à iniciativa proposta, o PSD – Barcelos não deixa de assinalar pontos fortes às obras projetadas para a Av. dos Combatentes da Grande Guerra.
Em relação aos pontos fortes, considerando a urgência da requalificação da Avenida dos Combatentes, mas sendo decisivo e fundamental decidir sobre um projeto que valorize o passado, respeite a história e favoreça a modernidade sem comprometer a identidade, os vereadores social-democratas assinalam a “premência de intervenção e requalificação da Avenida dos Combatentes”, a “preocupação [da autarquia] com as alternativas ao uso do carro próprio, com soluções de incentivo à mobilidade por meios naturais e uso dos transportes públicos”, soluções mais amigas do ambiente, bem como “a implantação de uma rotunda no cruzamento entre a Avenida dos Combatentes e a Avenida Nuno Álvares Pereira e intersecção com o arruamento proveniente do campo da feira”.
No entanto, dão também nota de preocupações e ou sugestões que o projeto lhes suscitou e que podem “ajudar a conseguir o equilíbrio entre o desenvolvimento e a história”.
Em relação aos focos de preocupação, o PSD – Barcelos salienta que a solução preconizada para o cruzamento da Avenida dos Combatentes com a Avenida da Liberdade “não garante a circulação mais eficiente nem alivia significativamente os constrangimentos” existentes. Além disso, crê que a solução de limitação de circulação a um só sentido junto à Igreja de Stº. António e o cruzamento com a rua Cândido Cunha “não parece garantir a melhor fluidez e cria um constrangimento de circulação adicional”.
Por último, assinalem-se os pontos em que os vereadores do PSD são mais críticos em relação à proposta do Município de Barcelos. Se de um lado, “a eliminação do separador central ao longo de toda a Avenida dos Combatentes retira identidade e elimina um pedaço da história de Barcelos e da “alma” dos barcelenses, de outro consideram também que não obstante as vantagens da mobilidade que a bicicleta encerra, que a ciclovia devia ocupar apenas uma das margens da avenida, preferencialmente, a margem junto ao campo da feira. Para lá disso, fica ainda uma crítica aos materiais, considerando o PSD – Barcelos que “os materiais utilizados devem ser nobres, lajedo de granito nos passeios e dar continuidade ao material utilizado nos arruamentos da Avenida da Liberdade e Campo 5 de Outubro”.
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