O Dia do Cineclube assinala-se pela primeira vez hoje 14 de abril de 2019. É uma iniciativa promovida pela Federação Portuguesa de Cineclubes (FPCC) e pretende ser um momento de celebração da atividade cineclubista e lembrar o contributo histórico, social, educacional e cultural destas instituições. O “Dia do Cineclube” será assim um momento de celebração do cinema e, em simultâneo, da especificidade e diversidade cultural que compõe o movimento nacional cineclubístico.
O Dia do Cineclube repetir-se-á de 2019 em diante. Nesta primeira edição do Dia do Cineclube pretende-se promover uma festa que percorra o país de norte a sul, passando também pelos Açores. As comemorações realizam-se de 12 a 18 de abril. Em cada um dos cineclubes promover-se-á o diálogo em torno do cinema e do cineclubismo. Além da exibição de cinema, esta festa conta ainda com tertúlias, debates e cine-concertos.
Duplo objetivo, dupla celebração, duplo aniversário
A escolha deste dia tem um duplo objetivo: celebrar a fundação do primeiro cineclube a nível mundial e, ao mesmo tempo, celebrar o aparecimento do cineclube em atividade há mais tempo em Portugal – no dia 13 de Abril de 1945 nasceu o “Clube Português de Cinematografia” que mais tarde acrescentou o sufixo “Cineclube do Porto”.
Registe-se que foi em 14 de Abril de 1907, que Edmond Benoit-Lévy, diretor da revista Phono-Ciné- Gazette, anunciou a fundação do primeiro ciné-club, instalado no 5, Boulevard Montmartre, em Paris, na sede de um cinema Pathé e da futura sociedade Omnia. Este cineclube oferecia aos seus membros, um lugar de reunião, uma sala de projeção, uma biblioteca, um Boletim Oficial do Cineclube. Tinha por finalidade “trabalhar no desenvolvimento e no progresso do cinematógrafo de todos os pontos de vista”, pese embora “interditando toda a discussão religiosa ou política (Mannoni, 2008).
Dar a conhecer o cineclubismo
Um dos objetivos primordiais deste ‘Dia do Cineclube’ passa por dar a conhecer o mundo do cineclubismo à população em geral, indo além do círculo habitual de cada uma destas associações, co-promovendo, a FPCC em conjunto com cada cineclube uma política de portas abertas com um conjunto de atividades de acesso gratuito.
Os cineclubes são parte essencial de uma política de descentralização da cultura e da promoção de hábitos de consumo da cultura e do cinema em particular. Segundo a FPCC, pretende-se com este “Dia do Cineclube”, “promover não só cada instituição em particular, bem como divulgar o que é um cineclube e a atividade cineclubista num conjunto de sessões síncronas que futuramente se deseja conduzir a uma dimensão e divulgação internacional”.
Carlos Coelho, vice-presidente da Federação Portuguesa de Cineclubes (FPCC), explicou hoje, à TSF, que este dia “surgiu como tantas ideias, de discussões, de conversas e de uma tentativa de fortalecer a imagem do cineclubismo e dos cineclubes em Portugal, de modo a que os próprios cineclubes tivessem uma visibilidade conjunta. Cada cineclube está na sua região, na sua terra, e deste modo pretende-se valorizar o trabalho comum, de todos, ao mesmo tempo”.
Eventos do Dia do Cineclube
No sítio da Federação Portuguesa de Cineclubes poderá acompanhar as comemorações desta efeméride. Nele se apresenta a agenda atualizada de todos os eventos organizados nos cineclubes que aderiram às festividades.
Ainda enquadrado nas festividades do Dia do Cineclube, serão anunciados no dia 14 de abril, os filmes nomeados para o Prémio António Loja Neves. Esta iniciativa da FPCC pretende, simultaneamente, homenagear o cineclubista António Loja Neves e o cinema dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.
Para assinalar o primeiro Dia do Cineclube, haverá exibição de filmes, debates e cine-concertos em 23 dos 32 cineclubes associados da Federação, nomeadamente o Cineclube de Joane, de Vila Nova de Famalicão, o Octopus – Cineclube, da Póvoa de Varzim, o ZOOM, de Barcelos, AO NORTE – Cineclube, de Viana do Castelo e o Cineclube de Vila do Conde.
Agenda:
CC de Amarante: “Bohemian Rhapsody” (2018), de Bryan Singer
CC de Faro: “Um Grito na Noite” (1948), de Carlos Porfírio
CC do Porto: “Blade Runner: Perigo Iminente” (1982), de Ridley Scott
CC de Viseu: “O Vento” (1928), de Victor Sjöström
Centro de Estudos Cinematográficos (Coimbra): “João Bénard da Costa: Outros Amarão as Coisas que Eu Amei” (2014), de Manuel Mozos
Fila K CC (Coimbra): “O Último dos Homens” (1924), de F. W. Murnau
CC do Barreiro: “Girl, O Sonho de Laura” (2018), de Lukas Dhont
CC de Vila do Conde: “Dogman” (2018), de Matteo Garrone
CC de Guimarães: “Correio de Droga” (2018), de Clint Eastwood
CC de Avanca: “Magister” (2018), de Gonçalo dos Santos
CC Ao Norte (Viana do Castelo): “Todos Sabem” (2018), de Asghar Farhadi
50 Cuts (Setúbal): “Blow Up” (1966), de Michelangelo Antonioni
CC de Tomar: “Debaixo do Céu” (2019), de Nicholas Oulman
ABC CC de Lisboa: “Aurora” (2014), de Rodrigo Sepúlveda
CC de Santarém: “Mais um Dia de Vida” (2018), Raúl de la Fonte e Damian Nenow
CC de Abrantes: “Roma” (2018), de Alfonso Cuarón
CC de Joane: “A Filha do Poceiro” (1940), de Marcel Pagnol
CC de Torres Novas: “Utoya – 22 de julho” (2018), de Erik Poppe
CC Octopus (Póvoa do Varzim): “As Cinzas Brancas” (2018), de Jia Zhangke
Fontes: FPCC, Septimaes e TSF
Imagem: FPCC
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