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O I Congresso Internacional “A Morte: Leituras da Humana Condição”, organizado pelo Instituto de Estudos Avançados em Catolicismo & Globalização (IEAC-GO), decorre de 21 a 24 de fevereiro. Estão previstas mais de 100 comunicações, com 4 mesas redondas e 4 momentos culturais, englobando 11 áreas temáticas e representadas 5 nacionalidades neste congresso. O humorista Ricardo Araújo Pereira será um dos intervenientes na primeira sessão plenária.
Percebendo a morte como um limite intransponível, os antigos definiram o humano como um ser mortal. Esse primeiro princípio universal tornou-se o fundamento de toda uma ordem simbólica. Efetivamente, a história das sociedades humanas pode ser lida como um conjunto de narrativas que desejam dar vida ao sonho de imortalidade, assegurando a perenidade da ordem social através da passagem das gerações.
O que acontece a uma sociedade em que a morte passa do estatuto de fundamento ontológico (um fenómeno natural) ao de simples contingência histórica (um evento a evitar a todo o custo)? Uma sociedade plenamente comprometida em acabar com a morte, que considera o envelhecimento uma doença, em que a vontade de prolongar indefinidamente a vida neste mundo substitui o desejo de alcançar a imortalidade no além, e em que o horizonte não é a espera do fim, mas o sucesso da tecnociência?
Esta sociedade, a que Céline Lafontaine chama «pós-mortal» porque afasta a perspetiva da morte, também altera radicalmente o sentido da procriação e da transmissão da vida – por um lado, destruindo, no plano antropológico, a ordem geracional que funda a história humana e, ao mesmo tempo, no plano sociológico, procurando instituir uma nova forma de vida comunitária, centrada na obsessão pela saúde e pelos cuidados de saúde. De facto, os estudos sobre o envelhecimento das células, associados ao progresso nos transplantes, bem como na conservação e produção de órgãos, abrem perspetivas para uma vida mais longa, com uma duração indeterminada.
Programa
É neste quadro teórico que o Instituto de Estudos Avançados em Catolicismo & Globalização (IEAC-GO) se propõe organizar o I Congresso Internacional IEAC-GO, abordando o tema da morte num amplo leque interdisciplinar, incluindo as ciências sociais humanas, as artes, as ciências médicas e as novas tecnociências.
A sessão de abertura está agendada para as 14h30, esta quinta-feira, no Centro Cultural Vila Flor, com as presenças do Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, o Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga, o Presidente da Comissão Científica, Paulo Alves e a Presidente da Comissão Organizadora, Eugénia Magalhães.
Quinta-feira – 21 de fevereiro
A primeira sessão plenária inicia à 15h30, conta com Sofia Reimão a abordar o tema “As definições de morte” e Ricardo Araújo Pereira destacará a ligação entre a Morte e o Humor, sob a moderação de Duarte Soares.
Ainda na quinta-feira está previsto o debate em duas mesas redondas, com início às 17h30. O tema “A decisão jornalística: Quando a morte (não) é notícia” conta com as participações de José Alberto Carvalho (TVI), Rosário Lira (RTP), Luís António Santos (Universidade do Minho), Manuel Vilas-Boas (TSF) e Joaquim Franco (SIC).
O tema “A morte nos textos sagrados” conta com as participações de Herculano Alves (Ordem dos Frades Menores Capuchinhos), Tiago Cavaco (Igreja Batista), Miriam Assor (escritora judia) Khalid Jamal (Comunidade Islâmica) e Porfírio Pinto(IEAC-GO).
Antes da pausa para jantar, às 19h00, terá lugar ainda uma oficina de leitura coreográfica. A dimensão artística e o papel da morte em algumas obras seminais da dança dos séculos XIX e XX, com António Laginha (Universidade Aberta). À noite, pelas 21h30, está previsto um momento cultural com a Projeção do filme WIT, com comentário de Paulo Miguel Martins (ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa).
Sexta-feira – 22 de fevereiro
Na sexta-feira, 22 de fevereiro, o programa inicia às 09h00 com a intervenção de Luciano Manicardi (Monastero di Bose, Italia), e ainda de Eduardo Carqueja (Centro Hospitalar Universitário de S. João) numa abordagem ao “Luto: Um processo dinâmico”.
Ainda da parte da manhã decorrem duas mesas redondas paralelas: “Morte e liturgia ritual na cultura cristã e na cultura oriental”, com D. José Cordeiro (Diocese de Bragança-Miranda), Adelino Ascenso (Sociedade Missionária da Boa Nova) eTimóteo Cavaco (Universidade Nova de Lisboa), moderado por Marco Daniel Duarte. Outro tema para discussão é “Cuidar da vida na derradeira condição humana. A experiência das Misericórdias e os desafios das Instituições Sociais”, com Cristiana Lopes (Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso), Pedro Ferreira (Santa Casa da Misericórdia da Amadora) e Sara Lima (Santa Casa da Misericórdia de Riba d’Ave), moderado por Eduardo Leite (Santa Casa da Misericórdia de Guimarães).
Às 12h00, Jorge Bacelar Gouveia (Universidade Nova de Lisboa) intervém numa sessão plenária sobre “A morte e o direito”, moderada pela vereadora do Município de Guimarães, Adelina Pinto.
A tarde de sexta-feira está reservada para a realização de painéis temáticos paralelos, como Psicologia e Ciências da Educação – História – Teologia e Ciências da Religião – Filosofia – Comunicação – Literatura – Direito, Economia e Política – Antropologia, Sociologia e Psicologia, Militar e Segurança, Teologia e Ciências da Religião, Ciências da Saúde.
À noite, pelas 21h30, está previsto o Concerto Missa Brevis com João Gil, Luís Represas e Manuel Rebelo, no grande auditório do Centro Cultural Vila Flor.
Sábado – 23 de fevereiro
No sábado, dia 23 de fevereiro, Noa Carballa Rivas (Universidad Pontificia de Salamanca, Espanha) aborda o tema “A comunicação da morte no mundo digital” em sessão plenária agendada para as 09h00. Segue-se uma mesa redonda com o tema “A morte mediatizada e mediática: Retratos e olhares dos narradores” com as participações de Alexandre Brito (RTP),Lúcia Gonçalves (SIC), Rosa Pedroso Lima (Expresso), Eduardo Madureira (Diário do Minho), António Marujo (7Margens) eCristina Figueiredo (SIC).
Da parte da tarde estão previstos novos painéis temáticos paralelos e o destaque vai para a sessão plenária agendada para as 17h30, com intervenção de Nuno Gil (Fundação Champalimaud), abordando o tema “Comunicar a morte”. A Conferência de encerramento (18h30) aborda o tema “A morte entre os povos Bantu de Angola – uma perspetiva antropossociológica”, por Victor Kajibanga (Universidade Agostinho Neto, Angola).
Na noite de sábado acontece ainda um momento cultural com a gravação do programa de rádio (Antena 1) “E Deus Criou o Mundo”, apresentado por Henrique Mota e com os comentários de Joshua Ruah, Pedro Gil e Khalid Jamal.
O evento é organizado em parceria com a Câmara Municipal de Guimarães. O Congresso será creditado como ação de formação para professores.
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Imagem: M GMR
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