A Livraria de Serralves recebe, no próximo dia 28 de novembro, o lançamento oficial do livro ‘Arte e Infinitude‘ de Bernardo Pinto de Almeida, uma coedição da Fundação de Serralves e da editora Relógio d’Água.
A obra será apresentada pelo Professor Bragança de Miranda à conversa com autor, Bernardo Pinto de Almeida.
Esta publicação surge a convite da Fundação de Serralves, na sequência das conferências proferidas pelo autor na Fundação de Serralves entre novembro de 2017 e março de 2018, designadas Arte e Infinitude.
Um ensaio que desenvolve, até ao campo que, não sem equívocos, se designa por Contemporaneidade, a investigação foi iniciada pelo autor com o livro O Plano de Imagem, publicado em 1996, cujo propósito foi elaborar uma “arqueologia da modernidade”.
De Hegel a Tatlin, ou destes a Arthur Danto, mais recentemente, muitas foram, nos últimos 150 anos, as sucessivamente anunciadas “mortes da arte”.
Se o primeiro a quis dissolvida na filosofia, numa anunciada realização do Espírito Absoluto, ou os Vanguardistas do início do Século XX (Futuristas, Dadaístas e Construtivistas russos) a anteciparam a breve trecho ultrapassada pelo movimento progressista da História e, de um ponto de vista mais conservador, Danto a viu anunciada na realização prática da Pop warholiana, assegurando-lhe uma morte solenemente americana, o facto é que, qual fénix, a arte incessantemente vem renascendo das suas cinzas, anunciando, contra todos os prognósticos, um sentido de infinitude. Seja no plano da criação, seja institucional ou no de mercado.
Pensar a dimensão da infinitude da arte através das formas transitórias do Contemporâneo — das práticas artísticas às inscrições institucionais, e às repercussões destas no plano comunicacional do mercado — é uma das apostas fortes deste Ciclo de Conferências que se propõe analisar, ao longo de doze sessões, ilustradas por vastos conjuntos de imagens e através da meditação sobre obras de Artistas centrais, alguns momentos da arte do século XX que prepararam a Contemporaneidade para, a partir deles, entender que, apesar da modificação dos seus paradigmas e das suas significações, a arte resiste, quer como prática quer como instituição.
Bernardo Pinto de Almeida é um dos mais conceituados críticos de arte contemporânea portuguesa. Nasceu em 1954 e tem desenvolvido a sua atividade interventiva enquanto poeta e ensaísta. Atualmente é Professor Catedrático de Teoria e História da Arte, na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
Em 1983, recebeu o Prémio AICA/Fundação Gulbenkian de Crítica de Arte (1983). Mais tarde, organizou a colecção de arte portuguesa contemporânea do MEIAC — Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo, em Badajoz, Espanha, e integrou a Comissão de Compras da Fundação de Serralves no período de 1990 a 1996, tendo aí organizado diversas exposições. Entre 1997 e 2001, foi Director Artístico da Fundação Cupertino de Miranda, de Vila Nova de Famalicão, onde fundou o Centro de Estudos do Surrealismo e organizou diversas exposições. Foi ainda membro do Conselho de Administração da Fundação Berardo em representação do Estado entre 2005 e 2009. Como comissário independente, Bernardo Pinto de Almeida organizou mais de uma centena de exposições em museus e instituições em Portugal e Espanha e prefaciou mais de cinco centenas de catálogos em Portugal e no estrangeiro. Para além disso, dirigiu a colecção “Caminhos da Arte Portuguesa no Século X”, com 40 volumes publicados, na Editorial Caminho. Colaborou ainda nas revistas Lápiz, Arte y Parte, de Espanha, e as muito conceituadas norte-americanas Artforum e ContemporaneaEUA.
Dividindo-se a sua obra publicada entre poesia, ensaio sobre arte e liteartura infantil, destacam-se os seguintes títulos:
- Poesia:
A Noite, Relógio D’Água, Lisboa, 2006.
Negócios em Ítaca, Relógio D’Água, Lisboa, 2011.
A Ciência das Sombras, Relógio D’Água, Lisboa, 2018.
- Ensaio
Imagem da Fotografia, Assírio & Alvim, Lisboa, 1995. Ed. italiana Immagine della Fotografia, Jouvence, Roma, 2006. 2.ª ed. Relógio D’Água (prefácio de Antonio Tabucchi), Lisboa, 2014.
O Plano de Imagem, Assírio & Alvim, Lisboa, 1996.
As Imagens e as Coisas, Campo das Letras, Porto, 2002.
Quatro Movimentos da Pele, Campo das Letras, Porto, 2004.
Força de Imagem — O Surrealismo, Campo das Letras, Porto, 2007.
Arte Portuguesa no Século XX — Uma História Crítica, Coral Books, Matosinhos, 2016.
- Literatura infantil
A última obra do pintor, Quetzal, Lisboa, 2002
Fonte: Serralves
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