Segundo dados apurados, em 2016, pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (GEP-MTSSS), da Comissão para Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), os salários médios das mulheres portuguesas são 15,8% inferiores aos dos homens.
“Significa isto que a partir do dia 5 de novembro, as mulheres acabam por trabalhar de forma não remunerada até ao final do ano, para ganharem exatamente o mesmo que os homens. Significa que há 58 dias extra de trabalho, considerado não remunerado para que as mulheres consigam atingir o mesmo salário dos homens ao longo de um ano”, apontou a presidente da CITE à Lusa.
Uma desigualdade salarial que sofreu uma redução entre 2015 e 2016, passando de 16,7%, no primeiro ano, para 15,8% no referente à remuneração média mensal base, o que representa uma diferença salarial de 157,1 euros, por mês.
De acordo com Joana Gíria, esta redução da desigualdade salarial tem sobretudo a ver com o aumento dos salários médios, com um crescimento mais acentuado nos salários das mulheres (1,9%) do que no dos homens (0,7%).
“O aumento da remuneração média mensal das mulheres deriva daí e também do aumento do salário mínimo, [porque] há mais mulheres a ganhar o salário mínimo do que os homens”, explicou.
Relativamente a esta última questão, a responsável apontou que os dados mostram que “há mais mulheres do que homens com salários mais baixos”, com 7,3% de mulheres e 4,2% de homens a terem rendimentos inferiores ao limiar dos baixos salários.
“Por outro lado, mais homens do que mulheres ainda têm salários muito altos e é evidente que esta discrepância depois também se nota naquilo que é a disparidade salarial, que é endógena”, apontou.
A presidente da CITE admitiu que, apesar do resultado positivo, ainda há muito por fazer, apontando que são várias as causas para a desigualdade salarial, desde a segregação horizontal no mercado de trabalho, ou seja, as profissões que tradicionalmente estão ligadas às mulheres.
Outro aspeto é a segregação vertical, quer dizer as situações em que as mulheres têm mais dificuldade em atingir um topo de carreira, por ser “expectável” que as mulheres dediquem menos tempo à carreira do que às tarefas domésticas.
Outra das causas tem a ver com a dificuldade em conciliar a vida pessoal e profissional.
Joana Gíria defendeu que ao compreender que este fenómeno ainda acontece, é possível contrariar, lembrando que a recentemente aprovada lei da Igualdade Remuneratória tem instrumentos que visam alterar esta realidade.
Fonte: Esquerda.net
Imagem: Lisa Fotios
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