Durante a manhã desta sexta-feira, 19 de outubro, no Auditório da Universidade do Minho, em Azurém, Domingos Bragança e Ricardo Rio, respetivamente presidentes das autarquias de Guimarães e de Braga, foram os convidados do primeiro painel de debate do Workshop CTAC 2018: Cidades e Território – Desafios e Oportunidades, organizado pelo Centro de Território, Ambiente e Construção, uma unidade de investigação e desenvolvimento da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, com sede no Campus de Azurém, em Guimarães.
Num debate moderado pelo Prof. Rui Ramos, investigador e coordenador do Centro do Território, Ambiente e Construção da Universidade do Minho, subordinado ao tema do desenvolvimento das cidades e do território, os dois autarcas foram desafiados a partilharem os projetos, ideias e pensamento sobre as diferentes dimensões que fazem dos territórios lugares apetecíveis para viver. Na sua intervenção, Domingos Bragança destacou a responsabilidade do poder político na definição de uma estratégia de futuro, capaz de transformar as cidades e os territórios em locais onde seja possível conciliar as diferentes dimensões da atividade humana de uma forma equilibrada e sustentável. “O nosso objetivo, enquanto autarcas, é fazer com que os nossos territórios se transformem em espaços bons para se viver”, começou por dizer. “O conceito de felicidade, enquanto realização plena, deverá ter em conta as diferentes dimensões da atividade humana, como a Cultura, a Educação, a Economia, a Solidariedade, sustentadas por uma forte consciência ambiental”. Segundo Domingos Bragança, para que este objetivo seja alcançado, o conhecimento desempenha um fator decisivo, pois é a partir deste que o cidadão se capacita e desenvolve hábitos de participação ativa na vida da cidade.
Já no que diz respeito aos projetos em colaboração com os municípios vizinhos, nomeadamente no âmbito do Quadrilátero Urbano (Guimarães, Braga, Famalicão e Barcelos), Domingos Bragança sustenta a necessidade de um olhar mais atento para a região por parte do Governo Central, apoiando a criação de soluções de mobilidade que liguem as principais áreas de densidade populacional do conjunto alargado deste território. Ainda que a ligação Guimarães-Braga seja fundamental, uma rede de ligações que funcione como impulsionadora de sinergias intermunicipais, de forma a que seja feita justiça a uma região que, numa pequena fatia do território, alberga 3 dos concelhos economicamente mais pujantes do país. Para todos estes desígnios, o Presidente da Câmara Municipal de Guimarães considera fundamental o envolvimento de vários setores, nomeadamente o poder político, a iniciativa privada e os centros de investigação e conhecimento.
“Queremos um território com qualidade de vida, que junte ao conhecimento e avanço tecnológico a dimensão humana trazida pelas ciências sociais. Não queremos viver num território de pós-humanos”, frisou.
Por seu turno, Ricardo Rio, salientou que Braga vai criar um Laboratório de Inovação Urbana (LIU) para desenvolver projectos inovadores dentro dos vários contextos da gestão municipal e que posteriormente serão implementados pela autarquia bracarense. A medida foi anunciada esta sexta-feira, 19 de Outubro, por Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, adiantando que esta valência vai envolver projetos fundamentais como as Bolsas de Inovação e Projecto (BIP), o Observatório Urbano e a Sala de Controlo e Gestão Urbana, de forma a “potenciar e aproximar a relação entre o conhecimento produzido nas Universidades com o território”.
O autarca, que participava no workshop do Centro de Território, Ambiente e Construção (CTAC) da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, no campus de Azurém, em Guimarães, explicou que este projeto “pretende criar um ambiente de inovação na cidade de Braga”, com o suporte de parceiros estratégicos como a UMinho, o Centro de Computação Gráfica (CCG) e o Laboratório Internacional de Nanotecnologia (INL).
“Este Centro Inteligente de Inovação Urbana será criado no centro da Cidade e vai incorporar os bolseiros de investigação, professores e investigadores das entidades parceiras. Vamos contratar jovens licenciados para desenvolverem projetos específicos de inovação dentro da realidade da gestão urbana, que estarão em contacto com os técnicos municipais na formatação de novas políticas que fomentem a qualidade de vida dos cidadãos”, explicou Ricardo Rio. Simultaneamente será instalado um Centro de Controlo que irá gerir toda informação e avaliar projetos que serão desenvolvidos no contexto das diversas áreas de actuação municipal.
O LIU irá promover o desenvolvimento, validação e teste de novas tecnologias, serviços e respectivas aplicações em contexto real, tendo em vista reduzir as emissões de Gases com Efeito Estufa (GEE) e a intensidade carbónica provenientes das atividades e serviços, a implementação de medidas de mobilidade para reduzir o congestionamento de tráfego, assim como caracterizar os comportamentos e estilos de vida da população.
“As tecnologias a implementar serão, maioritariamente, nas áreas temáticas da mobilidade, eficiência energética e hídrica e estão também previstas ações de cidadania e da dimensão social”, referiu Ricardo Rio. A sessão que contou ainda com a presença do presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança.
Aludindo ao tema do workshop, ‘Cidades e Território – Desafios e Oportunidades’, Ricardo Rio lembrou um dos grandes desafios que os territórios enfrentam atualmente prende-se com a captação de talento. “Para captar e reter talentos, as cidades têm que oferecer aos cidadãos algo que seja diferenciador. Atualmente não basta o acesso ao emprego, é preciso algo mais e isso tem a ver com a qualidade de vida, com a competitividade, com a inclusão e com a sustentabilidade”, concluiu.
Fontes: Município de Braga e Município de Guimarães
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