O Parque da Devesa, de Vila Nova Famalicão, tem vindo a organizar, em 2018, um conjunto de visitas guiadas ao território do vale do Ave. Em 1 de setembro próximo irá ocorrer a última de 4 visitas no âmbito do programa de dinamização da Exposição “Ave Selvagem” (patente na Casa do Território até 2 setembro), terminando desta forma um intenso conjunto de atividades promovidas ao longo de um ano.
Assim, nesta viagem, ir-se-á conhecer a foz do Ave e a paisagem protegida regional do litoral sul de Vila do Conde. Sítio pleno de história com uma forte ligação à construção naval, mas que preserva muitos dos valores naturais que lhe são característicos, com uma longa extensão de dunas, pinhais, charcos temporários e um estuário onde se abrigam centenas de aves limícolas esta é uma área territorial pouco conhecida da maior parte das pessoas.
Itinerário e horários aproximados:
14h00 – Concentração e saída da Casa do Território (Parque da Devesa, Vila Nova de Famalicão).
15h00 – Chegada a Azurara
16h30 – Chegada ao Castro de S.Paio
17h15 – Saída para V.N. de Famalicão
18h30 – Chegada ao Parque da Devesa
Obs: Esta visita pressupõe a realização de caminhada de médio esforço, pelo que se recomenda o uso de roupa confortável e calçado apropriado para o efeito. Dado o tipo de visita, sugere-se também o uso de binóculos e/ou máquina fotográfica.
Anteriormente, inseridas neste programa, foram já realizadas visitas à Serra da Cabreira, ao Ermal, a secções do rio Ave situadas no troço Guimarães – Vila Nova de Famalicão.
Por sua vez, a Exposição ‘ Ave Selvagem’, promovida pelo Município de Vila Nova de Famalicão através do Parque da Devesa e respetiva Casa do Território, está patente sala de exposições temporárias da Casa do Território desde 28 de setembro de 2017 e até 2 de setembro de 2018. A sua conceção, coordenação científica e conteúdos são da responsabilidade do ecólogo Vasco Flores Cruz.
O programa paralelo integrou as referidas visitas ao território referidas, serviço educativo ao longo de todo o ano, bioblitz’s e palestras, bem como exposições de fotografia na galeria exterior denominadas “Outros Olhares sobre um Ave Selvagem”. A exposição de José de Alves foi uma delas, seguiu-se a de Vítor Oliveira e agora está em exibição a de Joel Silva.
Vasco Cruz, o dinamizador desta atividade, refere que “nesta última visita ao território vamos ver o rio Ave no momento em que encontra o mar. Os estuários são por natureza locais de eleição para a observação de aves, pois para além das aves limícolas que se alimentam de invertebrados expostos pela maré, temos também as aves marinhas muito ativas nesta altura do ano”.
Para aqueles com interesse em mais detalhe, Vasco Cruz, acrescenta que “as aves limícolas mais comuns no estuário do ave são as rolas-do-mar (Arenaria interpres) e os pilritos-das-praias (Calidris alba) e de peito-preto (Calidris alpina)”, mas poderão também ser observadas aves marinhas, tais como “várias espécies de gaivotas e nesta altura do ano são facilmente observáveis a partir da costa alcatrazes (Morus bassanos), bem como várias espécies de cagarras, pardelas e moleiros vindos de norte e em migração para águas mais quentes.”
Para além disso, o ecólogo refere a possibilidade da observação de “golfinhos (Delphinus delphis), que são mais comuns do que a maioria das pessoas julga e são regularmente avistados junto à foz do Rio Ave.”
Fontes: Parque da Devesa
Imagem de destaque: Área limícola em Vila do Conde (Parque da Devesa; divulgação)
Outra imagem: Pisco de peito ruivo (José Alves – InBox Fotografia; foto)