As sessões Ambientar-se realizam-se uma vez por mês na Casa do Território. Sempre à sexta-feira. A visualização de um filme – documentário, por princípio – é o mote e ponto de partida para salutares debates em torno das problemáticas ambientais contemporâneas. As sessões Ambientar-se são promovidas todos os meses pela autarquia famalicense, em parceria com as associações ativistas de proteção do ambiente do concelho. Assim, à vez, cada uma das sessões tem uma entidade organizadora diferente.
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Desta feita, na próxima sexta-feira, dia 19 de janeiro, pelas 21h30, realizar-se-á a primeira sessão Ambientar-se de 2018, organizada pela Associação Famalicão em Transição e pela ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável. O centro do debate estará nos perigos das bioenergias – biogás, biofuel e biomassa -, frequentemente tidas como inócuas ou pouco prejudiciais. Será assim?
O documentário a apresentar intitula-se “O tema escaldante – quando a bioenergia corre mal.” Este foi coproduzido pela oraganizações institucionais BirdLife Europe and Central Asia e Transport & Environment.
É sabido que as fontes de energia renovável são cada vez mais predominantes na Europa e que a sua produção deverá aumentar de forma significativa nos próximos anos. Os biocombustíveis têm sido aclamados como uma boa forma de substituição combustíveis fósseis, como é o caso do petróleo.
A discussão está em cima da mesa, sobretudo quando se verifica que áreas que poderiam, ou deveriam, ser destinadas à agricultura para alimentação humana, ou de animais, deixam de o ser pela sua utilização intensiva na produção, por exemplo, de cana para a produção de biodiesel. Crê-se que esse foi um dos fatores principais que esteve por detrás do enorme aumento dos preços alimentares há cerca de 10 anos atrás. Para além disso, outros fatores a ter em linha de conta são impactos na biodiversidade, na água e nos solos. É necessário, então, minimizar eventuais impactos negativos pelo recurso a estas fontes de energia.
O espaço de debate ocorrerá no final da visualização do referido documentário.
Para além da visualização do documentário selecionado, a sessão desta sexta-feira à noite contemplará ainda um espaço de debate, cujo painel é constituído por Jorge Moreira, da SEA – Sociedade de Ética Ambiental, Henrique Zamith da Associação Famalicão em Transição e Nuno Forner, da ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável.
O objetivo central desta sessão é “debater o contexto atual das energias endógenas e renováveis, da sua evolução e da situação face ao panorama nacional e internacional”, refere a Associação Famalicão em Transição através de Catarina Amaro, do seu Departamento de Comunicação.
Nuno Forner, ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável, realça ser “fundamental que existam salvaguardas ao nível da legislação europeia no que respeita às energias renováveis, onde se inclui a bioenergia. Estas salvaguardas devem acautelar a utilização insustentável da floresta para aquecimento e produção de eletricidade, assim como o uso de culturas alimentares para a produção de biocombustíveis.”