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Sobre o encerramento do Balcão CTT de Riba d’Ave

 

 

O problema suscitado pelo encerramento do Balcão dos CTT em Riba d’Ave e em mais 21 localidades do país não é fácil, e, muito menos, simples, de abordar.

Estão em causa toda uma série de questões relacionadas com o modo de vida das populações, sobretudo a distribuição postal e os pagamentos de pensões, mas também os próprios postos de trabalho dos funcionários locais da empresa. Além disso, e não é de somenos, deve ser ainda considerada a situação financeira dos próprios CTT que, depois de já se estar a fazer sentir desde há meses atrás, teve uma queda em Bolsa que chegou a atingir 40%. Há ainda a ter em consideração, para além destas questões mais concretas ou de ordem prática, outras de natureza afetiva, relacionáveis com a memória individual e coletiva.

Os últimos anos têm sido profícuos em mudanças que são pertinentes assinalar. Desde logo transformações de natureza sociológica – maior grau de formação académica dos grupos etários mais jovens acompanhado por um envelhecimento acentuado das populações -, mas também de natureza financeira – crise da dívida soberana, que obrigou a vender anéis e a ficar com dedos -, de natureza tecnológica – mudança de paradigma nas formas e modelos de comunicação e transmissão da informação – e, por último, de natureza política – depois de um esbatimento acentuado das diferenças entre esquerda e direita políticas, estas, hoje em dia, parecem estar novamente a acentuar-se.

Estas alterações afetam o dia-a-dia das pessoas e das empresas de forma significativa. Nas famílias, nas escolas, nos locais de trabalho ou nos cafés é frequente dizer-se, ou ouvir-se dizer, que hoje em dia tudo muda muito depressa. Uma das inovações mais radicais dos últimos anos é a internet e, a acompanhá-la, o uso de telemóvel, cada vez mais um superpoderoso minicomputador de bolso.

A transformação histórica das tecnologias mecânicas para as tecnologias da informação tem sido um processo revolucionário. A VILA NOVA é, precisamente, um dos seus produtos. A VILA NOVA não tem existência física em papel; existe apenas online, podendo o leitor imprimir os artigos que muito bem entenda. O jornal nacional Observador é também exemplo disso. Esta mudança do papel para o online tem ocorrido a um ritmo assaz rápido. Muito provavelmente, toda uma série de grandes e pequenos títulos em papel irão desaparecer ou converter-se em pouco tempo, como o fizeram já este ano o britânico The Independent ou o brasileiro Gazeta do Povo.

Entretanto, o Partido Socialista, através dos seus deputados Augusta Santos e Nuno Sá, o Bloco de Esquerda, através do seu Núcleo de Riba d’Ave e o Partido Social Democrata, através do seu Departamento de Comunicação famalicense, fizeram-nos chegar as suas posições.

O Partido Social Democrata, sob o mote Em Defesa de Riba d’Ave, reproduz a voz da Presidente de Junta de Freguesia, Susana Pereira, anunciando a realização de uma vigília este sábado, pelas 17h00, e afirmando que “o anunciado encerramento do Posto dos Correios é mais uma machadada na dinâmica da Vila e mais uma consequência da decisão desastrosa da Administração Central em deixar cair os contratos celebrados com as instituições educativas” da localidade. Garante a autarca que tudo fará “para que a anunciada decisão da administração dos CTT não se cumpra.”

O Bloco de Esquerda, por seu lado, afirma que “a privatização dos CTT, decidida pelo anterior Governo, foi uma decisão errada. O anúncio do encerramento do balcão em Riba de Ave vem confirmar que o objetivo foi favorecer os grandes interesses económicos em prejuízo das populações e do interesse público”, pelo que propôs, em dezembro passado, que a Assembleia da República aprovasse uma recomendação ao Governo para que iniciasse o processo de renacionalização dos CTT, “recomendação que teve os votos contra de todos os partidos.”

Por último, o Partido Socialista considera que “esta zona limítrofe do Concelho ficará fortemente limitada em serviços públicos de proximidade, o que resultará em grandes prejuízos para a sua população”, pelo que tudo farão também “para que seja encontrada uma solução que sirva (os seus) interesses.” O PS contesta a posição do PSD porque “só há uma causa que justifica a situação dos CTT – a sua privatização pelo governo do PSD e CDS, contrato que não acautelou os interesses dos portugueses, a qualidade e diversidade deste serviço público, salientando, apesar disso, que “os CTT estão obrigados a assegurar níveis de serviço e uma rede que sirva os cidadãos, tendo obrigação de manter em várias zonas, seja através de lojas ou de postos de correio, o serviço público Universal.” Ainda, segundo o mesmo partido, “não vale a pena, porque não é credível nem intelectualmente honesto, tentar apontar causas enviesadas e distorcidas para justificar o injustificável (…) e, por isso, o Partido Socialista esteve contra esse contrato de concessão.” Considera também o PS, pela voz destes deputados famalicenses, que “o Estado deixou de ser proprietário da empresa e de gerir os seus destinos” tendo a privatização sido feita “de forma imponderada e mesmo danosa dos interesses dos portugueses”. Assinalam ainda que “o governo PSD/CDS adicionou ao contrato de concessão uma licença de operação financeira e a autorização para o desempenho, em regime completamente privado, de atividades que eram, até então, base do grupo CTT.”

Este é um problema político. Mas a questão vai muito para além das posições partidárias. O encerramento do Balcão CTT de Riba d’Ave, como de tantas outros estabelecimentos de instituições públicas e privadas, tem, na sua raiz, os problemas das mudanças comportamentais – das pessoas – e das questões financeiras – das empresas -, cujo equilíbrio é difícil de estabelecer. Vejam-se outros casos semelhantes, como é o caso das empresas de seguros que, nos dias de hoje, praticamente não possuem balcões físicos em quase lado nenhum, mas não deixam de prestar o seu serviço. Em momentos de aceleração histórica, como aquele que vivemos nos nossos dias, estes problemas fazem-se sentir de modo mais intenso, uma vez que há sempre fatias significativas da população que ficam excluídas nas soluções encontradas, quase sempre os mais velhos, os mais pobres, os menos adaptados. Quer-nos parecer que, no caso em apreço, tal não virá a acontecer.

Cabe a quem de direito encontrar soluções para esta e outras questões de idêntico teor. Refira-se que no concelho de Vila Nova de Famalicão, nomeadamente, foram já encontradas e estão em prática outras soluções que servem os interesses das populações, inclusive com o beneplácito do Município nomeadamente em Delães e Pousada de Saramagos, ali bem perto, ou Nine. Para tanto, haja vontade das instituições locais ou de outras entidades privadas, uma vez que os próprios CTT estarão interessados em manter o serviço às populações.

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