Atual crise da Imprensa coloca em causa a Democracia

 

 

“Não há democracia sem imprensa”, assim conclui a Associação Portuguesa de Imprensa (APImprensa) a sua mensagem de balanço de final deste ano de 2023, aproveitando a ocasião para lançar um alerta e manifestar a sua enorme preocupação pelo futuro do setor em Portugal. Desta forma, solidariza-se “com todos os editores e demais profissionais do setor, que estão a atravessar esta fase muito complicada do ponto de vista económico”.

“As notícias que têm vindo a ser divulgadas sobre a Global Media Group (que controla o JN, DN e TSF, entre outros meios de comunicação social) são “mais um exemplo revelador do estado extremamente débil em que se encontra uma parte significativa da imprensa portuguesa”, considera a APImprensa.

Faltam políticas públicas adequadas à valorização da comunicação social

A APImprensa tem vindo a alertar, nos últimos anos, para a sistemática falta de políticas públicas que deem uma resposta cabal aos problemas da comunicação social, que defendam a pluralidade e a sustentabilidade dos editores de imprensa e, assim, preservem a democracia portuguesa.

Nesse quadro, tem também apresentado um conjunto de propostas e medidas assertivas para inverter o rumo atual, como a compra antecipada de publicidade institucional, a criação de linhas de crédito bonificado para os editores, modelos de incentivo aos anunciantes de imprensa, acesso simplificado aos mecanismos de incentivo e apoio do Estado e campanhas de sensibilização para combater a iliteracia mediática.

Desempenho insubstituível da comunicação social só é possível com empresas financeiramente saudáveis

Contudo, estas e outras propostas têm sido sistematicamente ignoradas pelo poder político executivo ao longo dos anos. Estas medidas, postas em prática, permitiriam que os editores de imprensa pudessem readaptar os seus modelos de negócio. Sem uma imprensa financeiramente saudável não é possível que os órgãos de comunicação social “possam desempenhar o seu importante, insubstituível e cada vez mais relevante papel num mercado tão competitivo e desregulado como o digital”, relembra a associação.

Mais a mais num período de antecipação de um novo quadro de eleições legislativas agendadas para o início do próximo ano, “as responsabilidades do Estado e de todos os intervenientes políticos no ecossistema da imprensa não podem ser encaradas levianamente pelos partidos políticos e devem ser avaliadas as devidas responsabilidades”, acrescenta a APImprensa. Assim, a Associação reclama a urgência da “criação de uma entidade pública que permita ao Estado tomar as decisões corretas em tempo oportuno e não deixar acontecer situações como a que está a viver a Global Media Group.”

“A imprensa em Portugal está a reinventar-se” – sobretudo com a passagem para os ambientes digitais – e necessita do apoio de todos, pois é a todos que a imprensa serve no seu papel escrutinador na defesa e garantia da democracia. Quem, se não ao Estado, cabe representar a todos e os interesses maiores da grande maioria da população?

Não há democracia sem imprensa

A APImprensa apela por isso a todos os agentes políticos “no sentido de executarem as necessárias ações para, de uma vez por todas, e a exemplo do que acontece em algumas das democracias mais avançadas do mundo, valorizarem o papel das empresas jornalísticas que diariamente contribuem, com o seu poder de informar, para um Portugal com futuro.”

A forma amorfa como tem sido encarada pelo Estado a subsistência da imprensa no nosso país deve ser repensada antes que seja tarde demais. A APImprensa está disponível, como sempre esteve, para fazer parte da solução deste que é um enorme problema nacional.

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