“Já existem interessados numa eventual aquisição ou aluguer das instalações” da Ricon, adiantou Paulo Cunha, Presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão, em declarações aos jornalistas no final da reunião de câmara de ontem, dia 8. Nesse momento, acrescentou que o município está a trabalhar no sentido de valorizar a unidade industrial que fechou e a sua capacidade instalada.
Estas declarações vêm na sequência de algumas informações prévias de que dispúnhamos, mas não confirmadas por qualquer fonte autorizada, de que haveria potenciais interessados em adquirir o património da insolvente Ricon Industrial, assim permitindo manter no local pelo menos boa parte dos trabalhadores ora colocados em situação de desemprego. Esta é, sem qualquer dúvida, a situação que uma grande massa dos trabalhadores do grupo industrial considera preferível.
Apesar disso, o edil referiu que neste momento são já 400 os postos de trabalho disponibilizados por cerca de três dezenas de empresas famalicenses, mais de 70 por cento deles ligados ao setor têxtil, dos quais uma parte se enquadra no sub-setor da confeção. Paulo Cunha refere que este é um “sinal do reconhecimento por parte dos empresários de Vila Nova de Famalicão da qualidade e do valor dos recursos humanos que trabalhavam na Ricon.” Acrescenta ainda, a propósito, que este é também “sinal da pujança económica e industrial de Vila Nova de Famalicão, no caso particular, do sector têxtil, que tem vindo a bater recordes atrás de recordes ao nível das exportações”.
Ainda relativamente a este assunto, por proposta apresentada por Paulo Cunha, foi debatida e aprovada por unanimidade, durante a reunião do executivo municipal desta quinta-feira, dia 8, um voto de solidariedade para com os trabalhadores da Ricon que viram os seus contratos de trabalho interrompidos na sequência do encerramento da empresa. A autarquia famalicense aproveitou a ocasião para vir a público exprimir a gratidão e apreço às empresas famalicenses que “manifestaram de imediato e na sequência do anunciado despedimento coletivo”, disponibilidade para acolher parte desses trabalhadores.
O documento surge na sequência dos desenvolvimentos da última semana. Nos últimos dias têm sido várias as empresas a tomarem a iniciativa de contactarem o MadeIn, programa de promoção económica da autarquia e de apoio à atividade empresarial da autarquia, manifestando a sua disponibilidade e necessidade no preenchimento de novos postos de trabalho.
De acordo com o Município, esta bolsa de empregos está já na posse do Centro de Emprego de Vila Nova de Famalicão. Este, por seu turno, está a gerir o processo de desemprego coletivo criado na sequência da declaração de insolvência do grupo Ricon.
Da proposta aprovada pela autarquia surge ainda uma recomendação ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social para a “urgência na cobertura deste processo com o objetivo de assegurar todos os direitos aos trabalhadores despedidos.”
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Era muito bom que pelo menos uma dessas empresas voltasse. A elaborar pelo desespero das funcionárias