Arrancou esta sexta-feira, em Venade, Caminha, uma empreitada que vai construir mais de 14 quilómetros de rede de saneamento e cinco estações elevatórias, permitindo ainda alargar a rede de abastecimento de água. As obras, num investimento de mais de dois milhões de euros, vão beneficiar várias freguesias do concelho, deverão decorrer durante um ano.
Estas obras são parte de uma estratégia global que pretende preparar o concelho para o pós-pandemia, sublinhou Miguel Alves, o presidente da Câmara Municipal de Caminha, durante a cerimónia de consignação da obra. Complementam um investimento similar em Âncora, Argela e Vilar de Mouros no valor de três milhões de euros.
Obras no concelho, estratégia com futuro em vista
“Apesar da pandemia que tomou conta do nosso quotidiano, a vida tem de continuar, no presente e no futuro”, referiu o autarca, frisando que o presente é aquele em que mulheres e homens estão a trabalhar para a comunidade, pessoas que têm o seu emprego e assim o mantêm. Referiu, a esse propósito, que na empresa que vai realizar as obras trabalham várias pessoas do concelho de Caminha e outras foram contratadas recentemente, numa dinâmica que se estende a subcontratações de serviços e compras a fornecedores de matéria-prima.
Esta dinâmica tem ajudado a que o concelho de Caminha seja um dos que melhor resiste, numa altura em que o emprego decai e está sob ameaça um pouco por todo o país. Mas há também uma obrigação para o futuro: “Um dia a pandemia vai passar e até lá o concelho de Caminha não vai deixar de fazer o seu trabalho. No dia seguinte vamos poder dizer às pessoas que temos uma nova escola secundária, uma nova escola básica, uma sede de uma Academia, uma zona completamente reabilitada em Vila Praia de Âncora (Sandia), um Centro Histórico reabilitado, novas ecovias, novas condições no cais de Seixas, redes de saneamento em Vilar de Mouros, Argela, Âncora, que se somam aos que hoje estamos a iniciar”, explica Miguel Alves. “A isto chama-se estratégia”, remata o presidente da Câmara, com entusiasmo.
Municípios da AdAM investem 33 milhões de euros
Sobre o novo investimento, Miguel Alves sublinhou alguns pontos, como os quase 900 mil euros que estão, neste contexto, a ser investidos em Venade e Azevedo, sendo que, nesta última, “não existe um centímetro de saneamento” neste momento. “Não fazemos contas de cabeça” disse ainda o presidente, porque todos têm direito, as freguesias mais povoadas e as menos povoadas.
Miguel Alves lembrou que este investimento só é possível no quadro de uma parceria, que junta vários municípios na empresa Águas do Alto Minho. Em representação desta, Carlos Martins tinha antes explicado que o montante de investimentos nos diversos municípios atingirá os 33 milhões de euros até final de 2022. O responsável assumiu que nem tudo ainda está a funcionar bem, mas há um trabalho que está a ser continuado que, entre outros, tem por objectivo reduzir o desperdício de água na rede (que hoje é de cerca de 40%) em cerca de metade, dentro de cinco anos. Carlos Martins explicou que haverá um grande investimento em telemetria, controlo de caudais e resposta rápida a ruturas.
14 km de rede beneficiam cerca de 500 habitantes em Venade, Azevedo, Moledo e Âncora
Quanto às obras hoje consignadas e iniciadas no terreno, elas vão permitir construir uma nova rede de saneamento em Venade, Azevedo, Moledo e Âncora. A obra começou por Venade. Permitirá, ao mesmo tempo, expandir a rede de abastecimento de água em Moledo, no Lugar de Águas de Enfrói.
Estas obras vão criar mais de 14 quilómetros de rede de saneamento de águas residuais e cinco estações elevatórias e vão servir 493 habitações e 558 habitantes. Além disso, com as obras de alargamento da rede de abastecimento de água que vão acontecer em Moledo, vai ser possível servir 22 habitações das ruas de Águas de Enfrói, Rovial e Paracoba.
Em causa está a “Empreitada de Execução de Sistemas de Abastecimento de Água e Águas Residuais prevista e aprovada no âmbito da aprovação da candidatura ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, aviso “POSEUR-12-2017-05 – Ciclo Urbano da Água”, cujo total de investimento supera os dois milhões de euros.