O lançamento e apresentação de uma nova edição de ‘Os Lusíadas’, totalmente ilustrada por dez mulheres, aconteceu na Bienal de Ilustração de Guimarães e teve lugar na Sociedade Martins Sarmento, local onde se encontra a edição de “Os Lusíadas” que serviu de base para o trabalho de adaptação.
Esta edição é uma evocação do papel da mulher na cultura nacional e em particular na ilustração, completamente ilustrada por 10 mulheres artistas: Carolina Celas, Joana Rêgo, Joana Estrela, Madalena Matoso, Amanda Baeza, Inês Machado, Mariana Rio, Catarina Gomes, Marta Madureira e Marta Monteiro. A direção literária e fixação de texto para o português atual foi da responsabilidade da Professora Doutora Rita Marnoto e o design esteve a cargo de Joana Pires.
A edição ilustrada e adaptada de “Os Lusíadas” que esta tarde foi apresentada no âmbito da Bienal de Ilustração de Guimarães tem dez ilustrações por cada um dos 10 cantos da epopeia camoniana. É o resultado de uma colaboração entre pessoas e instituições, uma ideia que surgiu do diretor artístico da BIG, Tiago Manuel, também ele o coordenador artístico da edição. Pessoas e representantes dessas instituições reuniram-se durante a tarde deste sábado, na Sociedade Martins Sarmento, para explicar a importância de uma obra que surge para estimular um novo pensamento sobre o clássico de Luís de Camões.
Nova edição de ‘Os Lusíadas’ não serve qualquer agenda política
Na ocasião, Tiago Manuel, diretor artístico da BIG, salientou precisamente o facto de ser esta uma edição totalmente produzida por mulheres. “Não serve para cumprir nenhuma agenda política. É uma edição simbólica. Contudo, não deixa de ser um ato político, na medida em que o Município de Guimarães dá um sinal claro de que a igualdade de género é imprescindível”, disse. Referindo-se à obra, Tiago Manuel diz trazer um pensamento diferente sobre a obra maior que é “Os Lusíadas”. Uma edição que surgiu de conversas demoradas com Rui Vieira de Castro, Reitor da Universidade do Minho. “Só avançámos com esta edição quando obtivemos o acordo da Professora Rita Marnoto. Camões é um território muito escorregadio”, concluiu.
Por seu turno, Rita Marnoto, professora da Universidade de Coimbra, e especialista em estudos camonianos, destacou o momento particularmente feliz que “as palavras pouco podem dizer”, e disse ter sido a conversa que deu início ao nascimento do projeto um momento de uma “sintonia rara”. “Quem faz uma edição de Os Lusíadas tem que ter muito rigor, cuidado e precisão, independentemente do estilo. Os Lusíadas prestam-se a ser atualizados pois um clássico fala para todos os tempos e oferece-se a várias leituras. Esta edição dá a ler e a ver o poema, com um arranjo gráfico moderno e com o texto no novo acordo ortográfico, pensando nos alunos das escolas”, disse.
Primeira edição com tiragem de 1200 exemplares também chegará às escolas de Guimarães
A representante da editora Kalandraka, Margarida Noronha, destacou sobretudo o ponto de vista feminino da obra, “que pode constituir-se como uma mais-valia”, para lá de agradecer os apoios à edição pela Câmara Municipal de Guimarães, pela Universidade do Minho, e da Professora Rita Marnoto e das artistas envolvidas no projeto.
A primeira edição da versão ilustrada d’ Os Lusíadas vai ter 1200 exemplares, com 600 disponíveis no mercado livreiro, pelo preço de 35 euros, revelou Diana Soares Dias, no Público. Entre os exemplares lançados, 300 vão ser distribuídos pela UM. Já o pelouro da Cultura na Câmara Municipal de Guimarães vai distribuir 200 exemplares pelas escolas do concelho. A 23 de Outubro é inaugurada a exposição das ilustrações na Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães.
Sociedade Martins Sarmento cumpre vocação universalista e de abertura ao exterior
Rui Vieira de Castro, Reitor da Universidade do Minho, deu destaque ao significado da obra para a Universidade, pois esta mobiliza o entendimento da sua missão. “Da Universidade espera-se uma educação distinta e superior”, disse. Uma educação que alargue as fronteiras do conhecimento e promova o desenvolvimento das pessoas. Rui Vieira de Castro referiu-se à edição como distintiva e de elevada qualidade. “A ser uma nova conversação com ‘Os Lusíadas’, cumprimos o nosso papel”, concluiu.
Paulo Lopes Silva na sua intervenção fez questão de agradecer a todos o trabalho realizado para que a edição fosse possível. Para o Vereador da Cultura, esta edição despertará certamente um novo interesse em torno da obra camoniana, sem “o desencanto da obrigatoriedade”. “Esta é uma edição completamente realizada por mulheres e isso não é algo menor. Uma edição apoiada pela Câmara Municipal de Guimarães, uma vez que, enquanto instituição, esta deve ter como preocupação a criação de condições para que a Cultura se faça”, frisou.
Paulo Vieira de Castro, presidente da Sociedade Martins Sarmento, mostrou o seu contentamento pelo facto de ter sido escolhido o espaço da instituição a que preside para a apresentação de tão importante obra. “A Sociedade Martins Sarmento tem, além de uma primeira edição de ‘Os Lusíadas’, uma edição manuscrita e ilustrada, pelo que a escolha do local foi acertada. Nós cultivamos este património e temos uma vocação universalista e de abertura ao exterior”, disse.
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