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Viver O Ave quer devolver o Rio e o património às pessoas

 

De há muitos anos a esta parte, o Rio Ave vive doente. Por força de um crescimento desordenado e descuidado numa época em que as preocupações de caráter ambiental não preocupavam a generalidade das populações, pois quase sempre se vivia angustiado com problemas relativos à falta de rendimento,  grande parte do território onde o curso de água se insere terá já vivido em pior estado de saúde geral, a ponto de haver mesmo quem afirmasse que o rio vivia em ‘estado de coma’. Há, contudo, um longo caminho a percorrer no sentido de o recuperar e reabilitar para o usufruto das suas populações. É o que o movimento cívico informal e transversal Viver O Ave pretende fazer, mesmo sem ter ainda efetuado a sua apresentação oficial devido à pandemia. Surgido há cerca de um ano, conta já com o apoio de muitos cidadãos, entre eles políticos, alguns dos quais autarcas na região.

“A ideia de um movimento para proteger e divulgar o Ave vem ao de cima desde há muito tempo. No nosso caso, surgiu há já alguns anos sem nunca se ter concretizado e passado à prática até agora”, refere Gualter Costa, porta-voz do movimento cívico. “Com o primeiro confinamento e a reaproximação das pessoas aos espaços verdes e zonas ribeirinhas, decidimos ser esta a altura certa para mudar o paradigma ambiental em que estávamos a viver, pelo que decidimos avançar para a constituição deste movimento”.

“Apostamos na ligação emocional dos naturais e habitantes do Vale do Ave para com o seu Rio, esperando, desta forma, contribuir para que todos tenham um papel ativo na sua proteção e conservação das suas águas, dos seus múltiplos ecossistemas, da sua fauna e flora, do património edificado e cultural”.

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Devolver o Rio Ave e o seu património às pessoas

O movimento Viver O Ave surge, assim, da “vontade de um grupo de naturais e residentes ao longo de todo o Vale do Ave, ainda que na sua maioria de Famalicão, Guimarães e Trofa, mas também dos vales do Este e do Vizela, em mudar o atual paradigma de poluição permanente” em que vive esta bacia hidrográfica. “Infelizmente há imenso abandono e desaproveitamento do Rio Ave, dos seus afluentes, das suas margens, e do muito e singular património edificado ao longo do seu curso, tais como azenhas, pontes, açudes, praias, percursos, capelas, alminhas, bem como tradições, entre outros”, explica.

“Pretendemos voltar as pessoas para o Rio e devolver o Rio Ave e as suas margens ao usufruto das populações ribeirinhas. As populações do Vale do Ave viveram imensos anos de costas voltadas para o seu Rio. Este é o tempo de o redescobrirmos e fazer dele uma marca, um símbolo de uma região. Queremos também que esta seja uma fonte de novas oportunidades por oposição ao quase “esgoto a céu aberto” que o Rio foi durante as últimas décadas. Queremos, por isso, sobretudo, que as águas límpidas que por todo o Ave se verificaram em alguns dias dos confinamentos sejam o futuro do nosso Rio e não apenas episódios raros”, complementa Gualter Costa.

Viver O Ave realizará apresentação oficial em breve

“Muito em breve anunciaremos uma sessão pública para apresentação deste Movimento, onde serão dados a conhecer os seus membros fundadores, assim como, os elementos da coordenação do Movimento”, No entanto, é já certo que  entre os seus membros fundadores se encontram vários deputados de diferentes espetros políticos e partidários, bem como vários presidentes de câmara da região do Vale do Ave e outros autarcas, ativistas ambientais e dezenas de cidadãos naturais ou residentes ao longo de todo o Vale do Ave.

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