A mobilização aconteceu na noite desta segunda-feira e foi marcada depois da tragédia, motivada por um incêndio florestal, que ocorreu na Serra da Agrela, em Santo Tirso, e cujo fogo alcançou o canil “Cantinho das Quatro Patas” e vitimou dezenas de animais. Este fogo afetou ainda outros animais que se encontravam no “Abrigo de Paredes”, também na Serra da Agrela.
No apelo à concentração divulgado na rede social Facebook, o grupo de jovens ativistas constituído por António Soares, Catarina Ferraz e Eduardo Couto, lançou o protesto exigindo a abertura de “uma investigação ao canil ilegal “Cantinho das Quatro Patas”, à Câmara Municipal de Santo Tirso, à Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, e a todos os outros órgãos de gestão e regulamentação, que permitiram que este canil se mantivesse aberto, ainda que já estivessem informados acerca da situação há imenso tempo”.
Além disso, os ativistas querem que a atuação da GNR durante o incêndio seja avaliada, uma vez que quem esteve no local acusa esta força de segurança de ter impedido “que as pessoas prestassem auxílio aos animais que sobreviveram ao incêndio e necessitavam de cuidados”. Por fim é exigido o “levantamento de todos os canis ilegais no concelho”.
Bloco chama ao Parlamento ministros da tutela e responsáveis da DGAV
No protesto estiveram presentes os deputados do Bloco eleitos pelo círculo do Porto, Maria Manuel Rola, que interveio, e Luís Monteiro.
O Bloco de Esquerda entregou já esta segunda-feira no Parlamento um requerimento para uma audição com caráter de urgência, do Ministro da Administração Interna, da Ministra da Agricultura, do presidente da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e da Associação Portuguesa de Busca e Salvamento, sobre as circunstâncias que causaram a morte a dezenas de animais nos abrigos ilegais “Cantinho das Quatro Patas” e “Abrigo de Paredes”, em Santo Tirso.
No requerimento entregue, a deputada do Bloco de Esquerda, Maria Manuel Rola, recorda que em março de 2018 o Bloco de Esquerda dirigiu uma uma pergunta escrita ao Governo, alertando para a existência de dois abrigos ilegais, sem as condições necessárias para albergar animais.
“A morte e sofrimento destes animais poderia ter sido evitada. Era do conhecimento das autoridades competentes a existência destes abrigos ilegais em Santo Tirso”, diz o documento entregue pelo Bloco.
PAN apresenta queixa ao Ministério Público
Também Bebiana Cunha, deputada eleita pelo PAN – Pessoas-Animais-Natureza, este presente na concentração. O PAN apresentou queixa ao Ministério Público por “crime contra animais de companhia”. O Grupo Parlamentar do partido pretende ainda que o Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, apresente esclarecimentos ao sucedido no Parlamento e que resultou na morte de centenas de animais na sequência do incêndio que assolou a zona.
Animais realojados em canis municipais, associações e particulares
A Câmara Municipal de Santo Tirso levou a cabo, ainda no domingo, um plano para o realojamento dos animais dos dois abrigos existentes na freguesia de Agrela, nomeadamente o “Cantinho das Quatro Patas” e o “Abrigo de Paredes”. Do total de 190 animais vivos existentes nos dois espaços, o Município tirsense procedeu ao realojamento da seguinte forma:
a) 113 animais foram realojados em canis municipais e associações, a saber: Canil/Gatil Municipal de Santo Tirso, Canil Municipal de Matosinhos, “Associação Midas”, “Animais da Quinta”, “Cão Viver”, “Patudos”, “Cantinho do Tareco”, Hospital Santa Marinha, ”ASAAST”, “Amar Animais”, Daniel Ribeiro, “Ama”, “Patinhas Sem Lar”, “Tareko e Patudos”, “Famavet”, Câmara Municipal de Valongo e Câmara Municipal de Vila do Conde;
b) 77 animais foram realojados por particulares.
A Câmara Municipal de Santo Tirso irá disponibilizar a todas as associações e aos particulares que acolheram os animais daqueles abrigos a vacinação e esterilização dos animais.
O presidente da autarquia, Alberto Costa, assumiu estar solidário com todos os que defendem o bem-estar animal e garantiu que o relatório de averiguações interno será enviado para o Ministério Público, para que sejam apuradas todas as responsabilidades.
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Fontes: Esquerda, PAN, Município de Santo Tirso; Imagens: (0, 1) UPA, (2, 3) MMR
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