Catarina Martins, a Coordenadora do Bloco de Esquerda defende um trabalho de articulação entre o Ministério da Educação e as autarquias no sentido de encontrar soluções que permitam que o próximo ano letivo aconteça com todas as garantias de segurança e respeito pelas normas sanitárias em vigor devido à pandemia.
Em visita à Escola Delfim Santos, Catarina Martins comentou os preparativos para o início do ano letivo e defendeu o desdobramento de espaços e a contratação de mais profissionais de modo a garantir a segurança de todos os elementos da comunidade escolar.
“O Ministério lançou algumas orientações mas, do nosso ponto de vista, as orientações não são suficientes”, notou Catarina Martins em declarações divulgadas na TVI.
Parque escolar insuficiente para as necessidades atuais
A coordenadora do Bloco de Esquerda começou por notar que é notória a falta de espaços nas escolas para garantir o cumprimento das condições de segurança sanitária, pelo que “é necessário que o Ministério da Educação comece já a colaborar com as autarquias” no sentido de encontrar “os desdobramentos dos espaços que sejam necessários à segurança do novo ano letivo”.
As situações em termos de capacidade não são iguais em todas as escolas ou em todas as áreas geográficas. Há concelhos “com uma situação muito desigual”, compreendendo na sua área escolas com espaço físico que permite o respeito pelas normas sanitárias e outras em que tal não acontece. “Uma articulação entre todos os espaços pode resolver o problema”, referiu.
“Há outras escolas em que se olharmos somente para o parque escolar não encontraremos soluções para desdobrar e vai ser preciso olhar para outros espaços que os municípios possam ter”, salientando que não haverá uma solução a “regra e esquadro” para todo o território nacional. Cada escola não deve de resolver os problemas sozinha e ficar unicamente responsável pela gestão dos problemas de saúde pública no seu perímetro.
Essa necessidade torna-se ainda mais urgente quando se nota o pouco tempo que falta para o início das aulas. “Já estamos em julho, os exames estão a decorrer, e a segunda fase é só em setembro, o que quer dizer que as escolas têm muito pouco tempo para preparar a abertura do ano letivo”, lembrou Catarina Martins.
‘Não às impossibilidades, sim às soluções’
Para a coordenadora bloquista, não cabe ao ministro da Educação “registar impossibilidades”, mas sim “encontrar soluções” que passam por dois eixos fundamentais: “Encontrar com as autarquias alternativas para o desdobramento de espaços e contratar desde já mais pessoal para as escolas, não para cinco semanas, mas para todo o ano letivo”.
“Nós não podemos dizer que a recuperação vai ser feita em cinco semanas e que se contratam professores para essas cinco semanas e o problema está resolvido. Isso não é verdade”, afirmou, lembrando que a falta de profissionais é um problema com a qual a escola pública lidava muito antes da pandemia e que, face ao envelhecimento do corpo docente, “corremos o risco de no próximo ano letivo faltarem vários professores em varias disciplinas”.
A contratação de pessoal para as escolas públicas deve incluir professores, mas também outros profissionais, “sejam os assistentes operacionais que garantem as condições de circulação e higienização da escola, seja outro tipo de técnicos que fazem apoio às crianças e aos jovens com mais dificuldades”, concluiu Catarina Martins.
Estas declarações recuperam, de forma indireta, a posição do partido liderado por Catarina Martins que defende a redução do número de alunos por turma a 20 alunos, desde o pré-escolar até ao ensino secundário.
Fonte e Imagem: E.n, CM, TVI, NIT; Imagem: E.n