Coronavírus | Testemunho: António Moreira, de Barcelos (em Milão, na Itália)

 

 

Luís Monteiro é natural de Barcelos. Está, neste momento, em que a viver de forma intensa a crise provocada pela disseminação da nova estirpe de coronavírus, causador da COVID-19, em Itália. No momento em que a ONU acaba de declarar o estado de pandemia para a doença, a Itália está fechada e vive-se em quarentena desde há dois dias. Os voos de e para o país estão todos a ser cancelados. No caso de Portugal, deixou mesmo de haver voos diretos desde as 00h00 de hoje.

“Parece que estamos em guerra” é a imagem que assalta o pensamento de Luís Monteiro quando pensa sobre a situação que neste momento a Itália atravessa. As cidades parecem habitadas por fantasmas, estão praticamente desertas. “Emitiram um salvo-conduto para que possa deslocar-me apenas para o trabalho e fazer as compras de bens indispensáveis”.

“Hoje, com a atual epidemia (causada pelo coronavírus, estamos reduzidos a menos de 500 voos por dia. Bares e restaurantes econtram-se fechados e vivemos uma situação de grande crise económica”, destaca Luís Monteiro. O barcelense critica a lentidão dos responsáveis. “Infelizmente a incompetência dos responsáveis da proteção civil, sem alguma experiência em casos epidémicos, causou e causa danos irreparáveis à economia”.

“Na qualidade de trabalhador aeroportuário, fui avisado do novo decreto-lei que impõe a impossibilidade de trânsito entre províncias, ou seja, não posso sair daqui; mas, tudo somado, estou bem”, prossegue, deixando, de forma indireta, uma mensagem aos seus familiares e amigos.

Luís Monteiro está confinado ao Aeroporto de Malpensa. “Não tenho medo. Não fui contagiado e continuo a trabalhar normalmente”.

Apesar de tudo, o barcelense tem esperança de que tudo se resolva e volte a ficar bem, uma vez que “existem motivos para ser otimista. Tudo somado, estou bem. A infeção não afetou qualquer dependente do aeroporto”.

Mas as preocupações com quem lhe está longe da vista mas próximo do coração são também uma constante. “Vivo diariamente com medo pela minha família que está em Barcelos (esposa, filhos e dois netinhos) e, todos os dias, peço ao Senhor, lá em cima, que cuide deles porque eu não posso”.

“Tenham cuidado. Mantenham a distância de segurança e nada de beijos ou abraços porque este vírus não é fácil de eliminar e não perdoa”, conclui.

 

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