O movimento Braga para Todos, a Associação Juvenil de Gualtar, a Abandoned Pets e o Núcleo Antifascista de Braga, em parceria com a família de Carlos Fernandes, que padece de doença oncológica e sofreu um AVC, estão a organizar uma caminhada solidária às Sete Fontes no próximo dia 24 de fevereiro (domingo). A saída está prevista para as 9h00 da manhã, a partir do Largo de Senhora-a-Branca, e a chegada, de regresso ao mesmo local, está prevista para as 12h00. O apelo é dirigido às famílias bracarenses de modo a aproveitar uma visita ao que será o maior parque da cidade e em simultâneo para apoiar uma causa solidária. Cada participante pagará 5,00€ pela participação, revertendo as verbas recolhidas na totalidade para Carlos Fernandes, ficando a família responsável pela respetiva gestão.
Elda Fernandes, do movimento Braga para Todos, assinala que “a ação dos bracarenses é crucial quando a ajuda do Estado falha. As burocracias, para além do desgaste físico, acabam por ser morosas sendo o doente prejudicado. Num país onde há um Serviço Nacional de Saúde gratuito e para todos, em teoria, os apoios, na prática, não funcionam”. O Braga para Todos reforça a mensagem acrescentando que, “mais uma vez, perante este caso, nos deparamos com falhas no esclarecimento a esta família, porque nem a Segurança Social, nem a Junta de Freguesia a encaminhou para a respetiva IPSS para terem direito ao respetivo apoio”. Contudo, o movimento cívico acredita que “agora a situação será encaminhada” de modo a que a família tenha os devidos apoios, embora não deixe de assinalar “que estes apoios são muito pouco para pessoas doentes e para os seus cuidadores. Neste caso, está patente uma grande fragilidade do nosso país: a urgência na criação da figura formal do cuidador.”
O movimento, após ter conhecimento da difícil situação familiar, decidiu intervir e juntar associações para criar um momento aprazível aos participantes e fomentar algo que acreditam ser essencial numa sociedade cada vez mais fechada em si: “Acreditamos que os bracarenses são solidários, mas, por vezes, é preciso derrubar a barreira que existe. O que hoje acontece ao Sr. Carlos Fernandes amanhã pode acontecer a cada um de nós. É, por isso, essencial fomentar o espírito de interajuda e ver que os [estes] problemas não são dos outros, mas também nossos, porque o que chamamos outros são pessoas iguais a cada um de nós”. Sobre o programa para o dia 26 de fevereiro, Elda Fernandes diz que foi essencial o apoio da Associação Juvenil de Gualtar que se prontificou logo a apoiar na condução da caminhada: “Esta associação faz várias ações e caminhadas, além de conhecer bem as Sete Fontes. Esta é uma oportunidade para quem não conhece ter uma visita acompanhada naquele que será o maior parque da cidade e, para quem conhece, para se juntar a um momento de convívio por uma causa maximamente nobre.”
Sobre Carlos Fernandes, o movimento afirma estar acompanhar de perto a situação junto da filha, Ângela Pinto, mas pede a quem tiver disponibilidade para ajudar diretamente a família para o fazer contactando através da página ‘Vamos apoiar o Carlos‘. Carlos Fernandes, eletricista de profissão, adoeceu no início de 2018 com uma aparente gripe que não passava. Após exames médicos foi-lhe detetado cancro nos pulmões, mais tarde nos ossos, a que se seguiu a submissão a um tratamento inovador sugerido pela médica que deu a doença como incurável. Após esta situação, seguiram-se desmaios e um AVC em junho que provocou uma hemorragia grave, paralisação do lado direito do corpo, afetação da fala a par do quadro clínico transmitido pelos médicos ser de extrema gravidade. No entanto, com o apoio da família e com grande força de vontade, Carlos Fernandes estabilizou o seu estado de saúde, apesar das graves sequelas do AVC. Face a uma reforma de apenas 300,00 € e a necessidade de uma cuidadora a situação financeira familiar agravou-se. É neste sentido que surge a caminhada, que se pretende seja também um alerta: “Esta caminhada não vai resolver o problema, mas queremos, pelo menos, alertar as pessoas para a necessidade de intervenção no nosso Sistema Nacional de Saúde. É preciso mais apoio financeiro e especializado para estas pessoas. Por isso, além da caminhada, vamos também depois acompanhar a família a ver se estão a ter todo o apoio disponível pelo Estado porque há centenas de apelos deste género e não podemos continuar parados a pensar que só acontece aos outros. Mesmo o que acontece aos outros é responsabilidade nossa, de todos.”
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