Construção | Grupo Casais realiza infraestruturas na vila mariana de Muxima em Angola

 

 

O Governo de Angola prevê gastar mais de 260 milhões de euros com a requalificação, nos próximos dois anos, da vila e do santuário da Muxima, a 130 quilómetros de Luanda. As empreitadas agora atribuídas envolvem as construtoras Casais – considerada a “Melhor Construtora 2018” pela revista Construir – e Somague. A informação consta de quatro despachos assinados pelo Presidente angolano, João Lourenço, autorizando a contratação das construtoras para as empreitadas no maior centro mariano da África subsariana, nomeadamente a edificação de uma basílica para 4.600 fiéis.

 

Na língua quimbundo, Muxima significa coração; e Muxima é o nome atribuído ao santuário localizado junto ao rio Kwanza, a cerca de 130 quilómetros de Luanda, capital angolana. Hoje em dia, a vila onde se situa o santuário de culto mariano é um local onde dezenas de milhares de angolanos católicos rumam em peregrinação à Igreja Católica de Nossa Senhora da Muxima, estrutura colonial portuguesa do século XVI que foi um importante centro do comércio de escravos na época de sua construção.

A vila de Muxima foi ocupada pelos portugueses em 1589 e dez anos mais tarde foi fundada a fortaleza. A igreja foi construída com uma oração invocando a bênção divina de Nossa Senhora da Muxima. Muxima era um importante império do tráfico de escravos, protegido pela Fortaleza, e a igreja desempenhou um papel importante na materialização do tráfico, porque foi nesse templo que os escravos foram batizados antes de serem deportados.

O projeto ora contratado, arquitetado pelo gabinete de Júlio Quaresma, foi decido, em 2008, pelo ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos e entretanto oferecido à Santa Sé aquando da posterior visita do Papa Bento XVI àquele país.

Assumido como um diálogo entre a velha capela do século XVII e a modernidade, o novo templo, com vitrais de artistas angolanos, tem capacidade para 4600 pessoas sentadas e estrutura-se a partir de três formas geométricas básicas: o quadrado (Terra), o circulo (céu) e o triângulo (Santíssima Trindade). Anexo ao corpo principal desenvolve-se um outro, que funcionará como residência para religiosos e acolherá alguns serviços de apoio.

“Uma enorme cruz em bronze marca, na projecção dos seus braços, as entradas e simultaneamente na cobertura em circulo, como que atravessa o céu, rompendo-o e delineando o elemento como um símbolo do caminho da luz”,

O atual projeto do Grupo de Obras Especiais para a Muxima, definido em 2014, exclui obras importantes de requalificação, razão pela qual será necessário englobar a restauração de edifícios existentes, como o templo da Igreja Católica e o Forte da Muxima, monumentos construídos durante a ocupação portuguesa.

Os concursos eram aguardados há vários anos tendo as obras sido atrasadas em relação ao previsto devido à forte crise económica e financeira em Angola tem atravessado nos últimos anos. Estas obras irão permitir transformar aquele santuário no primeiro com o estatuto nacional em Angola, por decisão da Igreja Católica.

Um despacho, que surge na sequência do concurso limitado por prévia qualificação lançado em julho, envolve a construção da Basílica de Nossa Senhora da Muxima, a 130 quilómetros de Luanda, e áreas contíguas. O documento autoriza o diretor do Gabinete de Obras Especiais a celebrar o contrato de empreitada com o agrupamento de empresas Sacyr Somague Angola e Griner Engenharia, por 40.168 milhões de kwanzas, cerca de 115 milhões de euros.

Outro despacho autoriza a empreitada de construção das infraestruturas da vila da Muxima, por 50.624 milhões de kwanzas, ou seja, 145 milhões de euros, pelo agrupamento de empresas Casais Angola e Omatapalo.

Nos outros despachos estão as autorizações para os trabalhos de fiscalização ficarem a cargo da Progest, por 127 milhões de kwanzas (cerca de 365 mil euros), e da Dar Angola Consultoria, por 699 milhões de kwanzas (cerca de dois milhões de euros).

O projeto visa a intervenção numa área de 40 hectares e só a basílica será edificada num espaço de 18.000 metros quadrados, tendo capacidade para acomodar 4.600 pessoas sentadas, bem como o seu arranjo urbanístico. Prevê, no exterior da basílica, a construção de uma praça pública para receber até 200.000 peregrinos. Envolve ainda infraestruturas rodoviárias em torno do perímetro do santuário e áreas de estacionamento para 3.000 viaturas.

Com uma forte presença internacional, cerca de 60% da atividade do Grupo Casais, com sede em Mire de Tibães, Braga,é gerada em 15 países estrangeiros em que atualmente opera – Alemanha, Angola, Argélia, Bélgica, Brasil, Emirados Árabes Unidos, Espanha, EUA, França, Gibraltar, Holanda, Marrocos, Moçambique, Qatar e Reino Unido. Assim como a Casais, parte significativa das empresas do setor que conseguiram sobreviver à prolongada crise têm uma forte componente internacional.

Fontes: Construir, Ver Angola e Observador; Imagens: (0) Construir, (1) António Feijão

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