O imóvel industrial da antiga Perfumaria e Saboaria Confiança, fundada nos idos de 12 de Outubro de 1894, continua a suscitar violentas polémicas. Parte da população, em particular da esquerda política, tem-se manifestado contra a sua alienação pelo Executivo Municipal bracarense.
A Direção da Organização Regional de Braga (DORB) do PCP acaba de emitir um comunicado manifestando-se de forma violenta contra a forma como o Executivo Municipal, na reunião realizada em 19 Setembro, tratou a proposta que a CDU efetuou para que a Câmara Municipal de Braga desse início ao procedimento de classificação das antigas instalações da “Fábrica Confiança” como Imóvel de Interesse Municipal.
De acordo com os procedimentos habituais, em respeito pela legislação em vigor, segundo a Direção da Organização Regional de Braga (DORB) da CDU, tal proposta devia ter sido incluída na agenda do Executivo Municipal na sua reunião seguinte, ou seja, em 1 de Outubro. Em comunicado, esta estrutura da coligação considera que “a proposta não só não foi incluída na agenda dessa reunião, como foi também excluída na que se lhe seguiu, ainda que sob protesto da CDU, que não concordou, e não concorda, com as explicações dadas. Não se pode aceitar”, refere, “que, à boleia de um “parecer técnico”, se procure limitar a eficácia e oportunidade de uma proposta que é política, submetida a um órgão também ele político”.
Acrescenta ainda a CDU que, “a par disso, não podemos deixar de registar que, lamentavelmente, o tempo que faltou à governação municipal para agendar a proposta da CDU para classificar “Fábrica Confiança”, pelos vistos, foi de sobra para organizar e agendar a hasta pública para a alienação daquele património municipal”.
Por essa razão, “a CDU considera inaceitável que desta forma a maioria PSD/CDS tente condicionar ou restringir a atividade de um vereador que, tal como os restantes, foi democraticamente eleito”.
Assim, a DORB constata, “com espanto” que se verifica que “na ordem de trabalhos da reunião, agendada para amanhã, consta finalmente o “processo relativo à classificação da Fábrica Confiança”, confirmando-se, infelizmente, o pior dos cenários. Em tom amargurado, a DORB queixa-se do facto de “a maioria PSD/CDS, numa atitude incompreensível”, fazer “tábua rasa da proposta da CDU, não a colocando em votação”, num gesto que classifica como ilegal, referindo-o como “uma clara violação da lei”, complementando esta crítica com o registo de ter sido apresentada uma proposta, que considera “descarada”, “de classificação que se resume a três fachadas e ao desenho da cobertura do edifício”.
Em função do exposto, a CDU manifesta a sua veemente indignação e “protesto pelos procedimentos adoptados, e manifesta a sua discordância com tão redutora proposta de classificação, desde logo porque entende que a mesma não obedece ao espírito das Convenções Internacionais de Defesa e Salvaguarda do Património Industrial, nem respeita os pareceres exarados em 2003/4 pela Direção Regional de Cultura do Norte”.
Fonte: PCP
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