No próximo dia 18 de novembro, pelas 18h30, Deana Barroqueiro (re)lança o seu livro ‘Contos Eróticos do Velho Testamento‘. Embora tratando-se de uma reedição, única, porque revista e compilada, desta feita une num único volume os dois livros lançados em 2003 e 2004 e que se encontrava fora do mercado. O “novo” livro será apresentado em Lisboa, no Palácio Galveias.
Encantada pelo erotismo fortíssimo de inúmeras pequenas crónicas do Antigo Testamento, a autora quis reescrever algumas dessas histórias, como um cronista desse tempo de antanho, um pouco cético, sem crenças em Baal ou Jahweh, interessado em recriar essa sociedade de pastores nómadas que formaram as tribos de Judá e Israel. O prefácio da obra é redigido por Maria Teresa Horta.
Na GoodReads, a leitura é considerada “refrescante”, por César Lasso, a que acrescenta sera esta “uma leitura para desfrutar sem pré-conceitos: não é literatura religiosa, mas sim baseada na profunda amoralidade presente em muitos textos das antigas tradições bíblicas”. Outra leitora, margarida, saliente que o livro “leva-nos a conhecer os hábitos e costumes de uma época. Conduz-nos através de uma escrita sensual, sem cair no vulgar, utilizando a linguagem do desejo transmitido pelas personagens. Um texto onde apesar do papel das mulheres ser de submissão aos homens de acordo com o pensamento da época, conhecemos mulheres muito fortes e que vão, de certo modo, manipular os homens para conseguirem os seus objectivos”. Em jeito de conclusão, outra leitora, Willis Oliveira, recomenda também a leitura, pois vale pela “criatividade e atrevimento”.
Deana Barroqueiro utilizou como elo de ligação dos contos a componente erótica dessas histórias, sem jamais cair na tentação da linguagem vulgar ou obscena, mas fazendo-o de uma forma subtil, sensual e poética, embora por vezes assaz violenta, devido à própria matéria das narrativas do Velho Testamento.
O livro é, pois, uma crónica histórica da Antiguidade, ficcionada, cujo fio condutor é a aventura dos sentidos, através do olhar magoado das mulheres e da sua luta pela existência, num mundo em que as descendentes de Eva eram consideradas pelos homens como mercadoria e inferiores aos animais, conceito que perdurará ainda hoje, perpetuado por certas interpretações fundamentalistas dos livros ditos sagrados, em nome de uma verdade religiosa que nenhum Deus, bom e justo, poderia alguma vez sancionar ou sequer tolerar.
Deana Barroqueiro nasceu em New Haven, Connecticut, nos Estados Unidos da América, em 23 de julho de 1945. Foi essencialmente através da escrita que tomou consciência do seu ser e se relacionou, comunicando e comungando, com o mundo que a rodeava.
Licenciada em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa, de cujo grupo de teatro fez parte juntamente com Luís Miguel Cintra, Luís Lima Barreto, Jorge de Silva Melo e tantos outros, num tempo conturbado, mas de contínua mudança, que recorda com saudade e emoção.
Por vocação, tornou-se professora de português, fazendo o estágio na Escola Secundária Passos Manuel, em Lisboa, onde tem concretizado a maioria dos seus projetos de Teatro e de Escrita Criativa com os alunos, tendo publicado diversas obras com o Grupo de Trabalho do Ministério da Educação para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, a Câmara Municipal de Lisboa e o Instituto de Inovação Educacional.
Deana Barroqueiro confessa-se uma apaixonada da Língua e Cultura portuguesas, em particular dos Séculos XVI a XVIII, que estuda há mais de vinte anos, e sendo, por natureza ou vício, uma contadora de histórias, não resistiu ao desejo de partilhar, com quem a quiser escutar, essas surpreendentes descobertas das vidas aventurosas ou trágicas, por isso mesmo tão humanas e próximas, de personagens históricas que fazem parte do nosso imaginário coletivo.
Até à data publicou oito romances históricos e dois livros de contos, os quais já se encontram traduzidos e editados em Espanha, em Itália e no Brasil. Em 2003, nos Estados Unidos da América, durante o sarau para atribuição de prémios do Concurso Literário Proverbo, de cujo júri fez parte, a escritora recebeu um louvor pela Câmara de Newark, em reconhecimento do seu contributo para a divulgação e promoção da língua e cultura portuguesas entre as comunidades de emigrantes da América, Canadá e Europa.
É autora do primeiro livro de ficção editado pela Porto Editora, D. Sebastião e o Vidente e venceu o Prémio Máxima de Literatura (Prémio Especial do Júri).
Ao longo de 2017 e ainda 2018, Deana Barroqueiro esteve envolvida em forte polémica com o realizador João Botelho em torno da autoria de parte do argumento do seu filme Peregrinação, uma vez que este autor usou, sem o referir, excertos do seu livro ‘Corsários dos Sete Mares‘ que retrata a vida de Fernão Mendes Pinto, facto que, mais tarde, viria a reconhecer.
Fontes: GoodReads, Planeta e Wook
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